Conceito
Segundo a definição
da OMS, Cuidado Paliativo é “uma abordagem que promove a qualidade de vida de
pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade
da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento.Requer identificação precoce,
avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física,
psicossocial e espiritual”.
Um pouco de História
O
relato mais antigo remonta ao século V, quando Fabíola, discípula de São
Jerônimo, cuidava de viajantes vindos da Ásia, da África e dos países do leste
no Hospício do Porto de Roma. O
Movimento Hóspice Moderno foi
introduzido pela inglesa Cicely Saunders, com formação
humanista e medica, que em 1967 fundou o St. Christopher’s Hospice. Na
década de 1970, o encontro de Cicely Saunders com Elisabeth Kluber-Ross, nos Estados Unidos,
fez com que o Movimento Hospice também crescesse
naquele pais. Em
1982, o Comitê de Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um grupo
de trabalho responsável por definir políticas para o alivio da dor e cuidados
do tipo hospice
que fossem recomendados em todos os países para pacientes com câncer. O
termo Cuidados Paliativos, já utilizado no Canadá, passou a ser adotado pela
OMS devido a dificuldade de tradução adequada do termo hospice em
alguns idiomas.
Cura x Cuidados
Paliativos
“Na ética da cura, as
virtudes militares eram predominantes: não se dar por vencido, perseverar, ser
‘duro’. Já na ética da atenção, o valor central e a dignidade humana, enfatiza
a solidariedade entre o paciente e o profissional da saúde, em atitude que
resulta numa compaixão afetiva” (Halina Bortnowska, filosofa e escritora polonesa). Na ética da cura, o
medico é o “general”, na ética da atenção, o paciente é o soberano.
O médico e suas
incógnitas
Dr. Robert Twycross fala sobre a
dificuldade do medico em dizer a verdade ao paciente, quando essa verdade
desnuda a terminalidade da vida e a ausência
de perspectiva de cura. Colocam-se em jogo o
seu próprio medo da morte e as pressões culturais a ela associadas. Fica a idéia de que,
com a verdade dolorosa, podemos destruir a esperança e levar o paciente
irreversivelmente ao desespero e a depressão.
Dizer ou não dizer:
Eis a questão
Com base no principio
bioético da autonomia do
paciente por meio do consentimento informado, possibilitando que ele tome suas
próprias decisões, no principio da beneficência e da não-maleficência, os
Cuidados Paliativos desenvolvem o cuidado ao paciente visando a qualidade de
vida e a manutenção da dignidade humana no decorrer da doença, na terminalidade da vida, na morte e
no período de luto. “A mentira e a evasão
são o que realmente isolam o paciente atrás de um muro de palavras ou no
silencio que impede a adesão terapêutica e a possibilidade de compartilhar seus
medos, angustias e preocupações”.
Princípios
dos Cuidados Paliativos
1. Promover
o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis
2. Afirmar
a vida e considerar a morte um processo normal da vida
3. Não
acelerar nem adiar a morte
4. Integrar
os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente
5. Iniciar
o mais precocemente possível o Cuidado Paliativo, juntamente com outras medidas
de prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as
investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações
clínicas estressantes
6. Oferecer sistema de
suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e o luto
7. Oferecer um sistema
de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até
o momento da sua morte
8. Oferecer abordagem
multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares,
incluindo acompanhamento no luto
9. Melhorar a qualidade
de vida e influenciar positivamente o curso da doença
"Resumo do Seminário apresentado por mim no rodízio de Cirurgia Geral no Hospital da Restauração, com duração de 2 horas". (william silva vieira- 10° período FCM.UPE)