terça-feira, 19 de junho de 2012

Frei Betto: Os desafios à Rio+20


Iniciada há poucos dias, Rio+20 abriga chefes de Estado e ambientalistas e movimentos sociais na Cúpula dos Povos. O evento corre o risco de frustrar expectativas caso não tenha, como ponto de partida, compromissos assumidos na Agenda 21 e acordos firmados na Eco-92 e reiterados na Conferência de Johanesburgo, em 2010. 

Por Frei Betto, em Adital


Há verdadeira conspiração de bastidores para, na Rio+20, escantear os princípios do desenvolvimento sustentável e os Objetivos do Milênio, e impor as novas teses da "economia verde”, sofisma para encobrir a privatização dos recursos naturais, como a água, e a mercantilização da natureza.

O enfoque dos trabalhos deverá estar centrado não nos direitos do capital, e sim na urgência de definir instrumentos normativos internacionais que assegurem a defesa dos direitos universais de 7 bilhões de habitantes do planeta e a preservação ambiental.

Cabe aos governos reunidos no Rio priorizar os direitos de sustentabilidade, bem-estar e progresso da sociedade, entendidos como dever de garantir a todos os cidadãos serviços essenciais à melhor qualidade de vida. Faz-se necessário modificar os indicadores de desenvolvimento, de modo a levarem em conta os custos ambientais, a equidade social e o desenvolvimento humano (IDH).

A humanidade não terá futuro sem que se mudem os padrões de produção, consumo e distribuição de renda. O atual paradigma capitalista, de acumulação crescente da riqueza e produção em função do mercado, e não das necessidades sociais, jamais haverá de erradicar a miséria, a desigualdade, a destruição do meio ambiente. Migrar para tecnologias não poluentes e fontes energéticas alternativas à fóssil e à nuclear é imperativo prioritário.

Nada mais cínico que as propostas "limpas” dos países ricos do hemisfério Norte. Empenham-se em culpar os países do hemisfério Sul quanto à degradação ambiental, no esforço de ocultar sua responsabilidade histórica nas atividades de suas transnacionais em países emergentes e pobres. Há que desconfiar de todas as patentes e marcas qualificadas de "verdes”. Eis aí um novo mecanismo de reafirmar a dominação globocolonialista.

O momento requer uma convenção mundial para controle das novas tecnologias, baseada nos princípios da precaução e da avaliação participativa. Urge denunciar a obsolescência programada, de modo a dispormos de tecnologias que assegurem o máximo de vida útil aos produtos e beneficiem a reciclagem, tendo em vista a satisfação das necessidades humanas com o menor custo ambiental.

À Rio+20 se impõe também o desafio de condenar o controle do comércio mundial pelas empresas transnacionais e o papel da OMC (Organização Mundial do Comércio) na imposição de acordos que legitimam a desigualdade e a exclusão sociais, impedindo o exercício de políticas soberanas. Temos direito a um comércio internacional mais justo e em consonância com a preservação ambiental.

Sem medidas concretas para frear a volatilidade dos preços dos alimentos e a especulação nos mercados de produtos básicos, não haverá erradicação da fome e da pobreza, como preveem, até 2015, os Objetivos do Milênio.

Devido à crise financeira, parcela considerável do capital especulativo se dirige, agora, à compra de terras em países do Sul, fomentando projetos de exploração de recursos naturais prejudiciais ao meio ambiente e ao equilíbrio dos ecossistemas.

A Rio+20 terá dado um passo importante se admitir que, hoje, as maiores ameaças à preservação da espécie humana e da natureza são as guerras, a corrida armamentista, as políticas neocolonialistas. O uso da energia nuclear para fins pacíficos ou bélicos deveria ser considerado crime de lesa-humanidade.

Participarei da Cúpula dos Povos para reforçar a proposta de maior controle da publicidade comercial, da incitação ao consumismo desmedido, da criação de falsas necessidades, em especial quando dirigidas a crianças e jovens.

Educação e ciência precisam estar a serviço do desenvolvimento humano e não do mercado. Uma nova ética do consumo deve rejeitar produtos decorrentes de práticas ecologicamente agressivas, trabalho escravo e outras formas de exploração.

Enfim, que se faça uma reavaliação completa do sistema atual de governança ambiental, hoje incapaz de frear a catástrofe ecológica. Um novo sistema, democrático e participativo, deve atacar as causas profundas da crise e ser capaz de apresentar soluções reais que façam da Terra um lar promissor para as futuras gerações.


fonte: Vermelho

Assange foge de prisão domiciliar e pede asilo ao Equador

Fundador do Wikileaks estava detido no Reino Unido sob ameaça de ser extraditado para a Suécia


Após ter sua extradição para a Suécia determinada em última instância pela Justiça britânica, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, fugiu de sua prisão domiciliar e se alojou na Embaixada do Equador no Reino Unido. Ele agora pede asilo político ao governo de Rafael Correa.

A informação é do chanceler do Equador, Ricardo Patiño, que informou nesta terça-feira (19/06) que o jornalista solicitou asilo político ao país. De acordo com o diplomata, o requerimento já está sendo avaliado.

Patiño disse à imprensa que Assange enviou uma carta ao presidente do país andino, Rafael Correa, na qual afirma que existe "perseguição" política contra ele.

A Corte Suprema britânica anunciou na última quinta-feira (14/06) que o recurso feito por Assange após ser condenado à extradição para a Suécia foi negado. A partir de agora não restam mais possibilidades de reversão da sentença do jornalista dentro da Justiça do Reino Unido.


Com a apelação julgada “sem mérito” pelos magistrados britânicos e com a autorização para extradição, a equipe de advogados de Assange havia ficado apenas com a opção de recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos em Estrasburgo.

"A Corte Suprema do Reino Unido desestimou o pedido apresentado por Dinah Rose, advogada do Sr. Julian Assange, que buscava reabrir sua apelação", declarou a máxima instancia judicial do país na ocasião.

Os magistrados haviam aprovado a extradição de Assange no fim do último mês de maio. Contudo, sua defesa decidiu reabrir imediatamente a causa requerendo a revisão da sentença que autorizava a extradição.

O fundador do WikiLeaks, que revelou milhares de documentos confidenciais da cúpula política, diplomática e militar dos EUA, foi detido em Londres mediante uma ordem de extradição movida pelas autoridades da Suécia. Durante todo o decorrer de seu julgamento, viveu sob fortes medidas de segurança na mansão de um amigo seu no sudeste da Inglaterra. Ele recorreu da decisão ao Supremo depois de o Tribunal Superior aprovar seu envio à Estocolmo em novembro do ano passado.

Fonte: Opera Mundi

Eduardo Guimarães: A ditadura ainda tortura

“Eu tinha 19 anos; eu fiquei três anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada”. Foi assim que a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, respondeu ao senador José Agripino Maia (DEM-RN) ao ser afrontada por ele, em 2008, com insinuação de que poderia estar mentindo no depoimento que estava dando a uma comissão do Senado que a convocara para explicar acusações de que teria mandado fazer um “dossiê” contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Por Eduardo Guimarães*, em seu blog


A tese de Agripino era a de que lera declaração pretérita de Dilma de que mentira aos torturadores quando fora presa durante a ditadura militar e de que, por isso, poderia estar mentindo também agora ao negar a confecção de um “dossiê” contra FHC que jamais se comprovou ter existido, assim como o grampo sem áudio do Gilmar Mendes e de outras invenções que o esquema Veja-Cachoeira produziu ao longo da década passada.

Cortemos para o tempo presente.

No fim de semana, os jornais Estado de Minas e Correio Brasiliense publicaram relato que Dilma fez em 2001 em entrevista a Conselho de Direitos Humanos mineiro que o ex-presidente Itamar Franco criou para definir reparações a vítimas do regime militar no Brasil.

Note-se, assim, que não se tratou de uma jogada política que alguns andaram especulando que pretenderia vitimizar a presidente da República de forma a angariar simpatias a ela, até porque Dilma não está precisando de estratégias extremadas nesse sentido, haja vista que sua popularidade está no auge, batendo todos os recordes desde que assumiu o cargo.

Dilma fez aquele relato há mais de uma década e ele repercutiu internacionalmente no fim de semana após ser difundido por dois jornais absolutamente insuspeitos de serem simpáticos ao governo federal, pois um escreve o que Aécio Neves manda e o outro integra o que se convencionou chamar de Partido da Imprensa Golpista (PIG), um conluio entre impérios de comunicação e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) – ou, ao menos, as suas principais lideranças.

Suponho que todos os que se interessam por política, que são os que estão lendo este texto agora, já saibam do teor do relato de Dilma sobre as sevícias que verdugos do regime militar praticaram contra si, verdugos que tal regime encarregou de extrair informações daquela bela jovem de 19 anos, de classe média, esclarecida, estudada, branca e de ascendência européia que não tinha motivos escusos para se envolver na política brasileira, tendo apenas, então, ideais libertários que a tantos como ela envolveram naqueles anos trágicos de nossa história.

O relato de Dilma é quase insuportável porque faz visualizar o que era praticado de hediondo nos porões de um regime que a grande imprensa brasileira incensou e com o qual colaborou durante boa parte da época em que vigeu até que descobrisse que ninguém ganha com ditaduras a não ser os próprios ditadores, pois nunca precisam respeitar as alianças que fazem já que têm um poder inquestionável e incontrastável com qualquer contrapeso democrático como a Justiça, por exemplo.

Pretendo poupar o leitor dos horrores que Dilma relatou porque, de domingo para segunda-feira, durante o sono, tive pesadelos com aqueles detalhes macabros. Todavia, escrevo porque os pesadelos não ocorreram só por isso. Na verdade, o tipo de tortura que policiais e militares aplicaram naquela menina de 19 anos entre 1970 e 1972, há cerca de quarenta anos, não foi o que de principal me fez acordar com o coração batendo forte e o suor escorrendo pelas têmporas.

Uma espécie de curiosidade mórbida fez com que, no domingo, após ler em vários portais e blogs a matéria que saiu nos dois jornais supracitados, resolvesse ler, também, os comentários a ela. O teor do que dezenas, talvez centenas de pessoas escreveram é digno de um filme de terror.

Também pretendo poupar o leitor do tipo de comentário que essas “pessoas” fizeram em blogs das Organizações Globo ou em portais como os de Terra, UOL, Veja etc. sobre o sofrimento físico que Dilma relatou, há mais de uma década, que sofreu durante o regime militar. Basta dizer que continham de uma insensibilidade desumana diante da imagem que aquela matéria produziu de uma bela menina de 19 anos sendo torturada com requintes de crueldade até verdadeiro prazer sombrio de chocar as pessoas.

Em vez disso, relato o que tentei fazer para purgar aqueles sentimentos e que acabou desembocando neste texto. Ao chegar ao escritório, na manhã posterior ao pesadelo, tentei, pela enésima vez, conversar sobre a ditadura com um conhecido já idoso que a viveu como vítima. E, mais uma vez, ele se negou a falar do assunto.

Apesar de lhe explicar que precisava escrever para agravar elementos que estão ironizando e até comemorando o sofrimento a que, como Dilma, fora submetido um dia, respondeu, apenas, que não queria saber de nada porque, à diferença de muitos dos que passaram o que passou, não pretendia se deixar torturar de novo.

Diante de tal argumento, não havia o que dizer. Quedou-me a alternativa de encerrar respeitosamente a conversa com um lacônico “entendo…”.

Sobreveio, assim, reflexão sobre o grau de sofrimento que a relativização, a ironia ou até a comemoração do sofrimento das vítimas da ditadura deveria provocar nas que sobreviveram. Se eu, que não estive entre as vítimas, tenho pesadelos após ler sobre o que era praticado contra belas meninas idealistas, contra idosos, religiosos, estudantes e, sobretudo, contra pessoas que nada mais fizeram além de discordar do regime de exceção, imaginei o que estaria se passando na alma de quem foi vitimado.

Nesse aspecto, lembrei-me de evento de que participei na semana passada. Estive em audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo em que o Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, proferiu aula magna sobre o período autoritário que se abateu sobre este país e sobre as providências que o Estado brasileiro está tomando para ressarcir, moral e materialmente, as vítimas do… Estado brasileiro.

A mesa de palestrantes de que o doutor Paulo participou contou, por exemplo, com vítimas da ditadura como Ivan Seixas, hoje presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), que, aos 16 anos, viu o pai ser trucidado pela ditadura, tendo chegado a ler a notícia de sua morte em jornal coligado ao Grupo Folha antes mesmo de ele ser assassinado.

Durante a audiência a platéia também pôde se manifestar. Eu mesmo fiz ao doutor Paulo uma questão sobre o comportamento da mídia em relação ao período autoritário. Mas isso não importa, agora. Foi Rose Nogueira, presidente da Organização Tortura Nunca Mais, que emocionou a todos. Ela deixou ver um fato que não chega a ser surpreendente, mas que exaspera.

Rose não falou do período de exceção ou do que fazer no futuro não só para indenizar ou reparar os crimes do Estado naquele período da história, mas para impedir que algo similar àquele horror volte a ocorrer. Ela, simplesmente, leu uma poesia. Como um lenitivo à própria alma que a cada dia, a cada noite, revive aqueles momentos – muitos deles intermináveis, que duraram anos -, Rose declamou.

Antes de escrever este texto, consegui visualizar seu olhar do alto daquela tribuna naquela Casa Legislativa. Imaginei-a lendo os comentários desumanos sobre a tortura da companheira Dilma e suportando as mentiras que a imprensa que ajudou a torturá-la ainda difunde e, de repente, o termo Comissão da Verdade fez todo sentido.

A ditadura ainda tortura Roses, Dilmas e Ivans. Daquele passado remoto, coloca-lhas as almas no pau-de-arara a cada vez que seus descendentes mentem descarada e impiedosamente, como quando pretendem criar “dois lados” que teriam cometido crimes de lesa-humanidade naquele período, quando o que houve de erros praticados pelo lado dos que resistiram ao regime ilegal que estuprou a vontade democrática dos brasileiros restringiu-se a casos isolados.

No último domingo, por exemplo, a concessão ilegal de espaço na tevê pública de São Paulo que o governo do Estado deu a um daqueles jornais que colaboraram com a ditadura, a Folha de São Paulo, torturou os sobreviventes da ditadura e amigos e familiares deles ou dos que não resistiram. A tal “TV Folha” apresentou matéria sobre supostos crimes praticados pela resistência à ditadura.

De fato, em algum momento ocorreram alguns poucos casos em que a resistência à ditadura militar matou quem colaborou com a ditadura ou integrou um regime de exceção que tanto aprisionava o Brasil que o impedia de escolher seu governo nas urnas. Todavia, o homem são entende que se o Estado desencadeia uma era de horror em que belas meninas de 19 anos são torturadas, desfiguradas, estupradas e até assassinadas, evidentemente que alguém pode perder a cabeça.

Contudo, a conta que a matéria da “TV Folha” apresentou dá bem a dimensão de como os excessos da resistência à ditadura foram isolados: o jornal buscou, buscou, mas só encontrou 4 (quatro!) casos, enquanto que, entre mortos e desaparecidos formais do lado que resistiu à ditadura, as baixas chegam às centenas, sem falar dos muitos torturados, perseguidos e encarcerados sem justa causa que sobreviveram para contar a história, tais como Dilma, Rose ou Ivan.


Fonte: Vermelho

Rio+20: Proposta de documento deixa as polêmicas de fora


Negociações na Rio+20
Rio+20: A negociação foi até a madrugada

A diplomacia brasileira conseguiu finalizar nesta madrugada: um rascunho do documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (a Rio+20) que tem tudo para ser aprovado no final do encontro.

José Carlos Ruy (*)


Como se previa, o rascunho foge dos temas polêmicos, principalmente quanto ao financiamento das medidas em debate e quanto à imposição de metas obrigatórias para todos os países.

O Itamaraty comemora o feito. O texto, que ainda vai passar pelo crivo da reunião plenária marcada para hoje (19), indica uma vitória relativa das posições dos países em desenvolvimento e uma rejeição das teses defendidas pelos países ricos. Ele enfatiza, no acordo planejado, os aspectos sociais e o combate à pobreza e minimiza os aspectos financeiros que encabeçam a agenda dos ricos. Além disso, não faz das questões climáticas o centro do debate, minimiza a proposta da chamada “economia verde” e simplesmente não se refere à transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em agência com caráter mandatório sobre as nações (caráter apelidado de “governança global”). 

É de se prever a gritaria na imprensa conservadora, alinhada aos interesses dos países ricos (particularmente os EUA). O alvo de suas queixas será, com certeza, a ênfase nos aspectos sociais, deixando em plano subordinado os aspectos financeiros do debate. 

Para os povos, os trabalhadores e os países em desenvolvimento, entretanto, o rascunho elaborado sob o comando da diplomacia brasileira merece ser saudado como mais um passo na luta pelo direito ao desenvolvimento. A ênfase do rascunho é o chamado ao esforço conjunto pela erradicação da pobreza e melhoria na qualidade de vida, colocando no centro das preocupações o ser humano, e não as prioridades do grande capital e dos especuladores financeiros.

O documento, que originalmente tinha 200 páginas, foi reduzido depois para 80 e, nesta madrugada, a 49 páginas. Perdeu gordura nesse processo. Está dividido em seis capítulos e 283 itens, e seus capítulos mais relevantes tratam de financiamentos e meios de implementação (relacionados às metas e compromissos que devem ser cumpridos). Neste ponto, o rascunho rende-se aos desejos dos países ricos.

Foram excluídos os detalhes sobre repasses financeiros, a imposição de cifras, a criação do fundo para o desenvolvimento sustentável, especificações sobre economia verde e transferência de tecnologia limpa. Ponto para eles: o Brasil e vários países em desenvolvimento defendiam a criação do fundo anual de US$ 30 bilhões, a partir de 2013, e que alcançaria US$ 100 bilhões, em 2018 - proposta rejeitada pelos países ricos. Ela foi substituída por vários parágrafos que estabelecem compromissos conjuntos, como a criação de um fórum para apreciar o tema a partir de nomeações da Assembleia Geral e da parceria com as agências da Organização das Nações Unidas (ONU). Inclui recomendações e sugestões vagas para transferência de tecnologia limpa, sem impor normas, pois a questão divide os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.

Os negociadores brasileiros consideram um avanço o registro explícito e claro das preocupações com as questões sociais, com a erradicação da pobreza e com a garantia do desenvolvimento sustentável com inclusão social. No primeiro capítulo a ordem é explícita: “Reafirmamos também a necessidade de se alcançar o desenvolvimento sustentável: a promoção sustentada, inclusiva e justa do crescimento econômico, criando maiores oportunidades para todos, reduzindo as desigualdades, elevar os padrões básicos de vida, promoção do desenvolvimento social equitativo e inclusão, e promover a gestão integrada e sustentável dos recursos naturais recursos e dos ecossistemas que suportam nomeadamente econômico, desenvolvimento social e humano, facilitando a conservação do ecossistema, regeneração e recuperação e resistência em face de novos desafios e emergentes”, diz o texto. 

A chamada “economia verde”, cavalo de batalha dos países ricos, ficou diluída em um conjunto de recomendações gerais, e igualmente vagas. “Afirmamos que existem diferentes abordagens, visões, modelos e ferramentas disponíveis para cada país, de acordo com suas circunstâncias e prioridades nacionais, para alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões que é o nosso objetivo primordial”, diz o texto. O rascunho enumera 16 recomendações sobre como inserir a chamada “economia verde” nos esforços pelo desenvolvimento sustentável e pela inclusão social, enfatizando contudo o respeito à soberania nacional.

Ao contrário, há menções a esforços conjuntos para transformar o mundo em uma sociedade equitativa e com oportunidades para todos, assim como aumentar o “bem-estar dos povos indígenas em suas comunidades”, e também de mulheres, crianças, jovens e pessoas com deficiência.

No capítulo sobre temas específicos, são mencionados erradicação da pobreza; segurança alimentar e nutricional e agricultura sustentável; energia; turismo sustentável; transporte sustentável; cidades sustentáveis e assentamentos humanos; saúde e população; promoção de emprego pleno e produtivo e do trabalho digno para todos com garantias de proteções sociais e oceanos, além de estados insulares.

Há, finalmente, recomendações sobre os esforços para reduzir os riscos de desastres e as medidas a serem adotadas para alertar sobre perdas de vidas e os danos econômicos e sociais causados por essas situações. Há uma preocupação visível sobre a questão da mudança climática, sem entretanto a ênfase costumeira sobre ela e sem recomendações pontuais sobre o mínimo e o máximo, por exemplo, permitidos de emissão de gases de efeito estufa. “Estamos profundamente preocupados que todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, que são vulneráveis aos impactos adversos das alterações climáticas e estão experimentando os impactos aumento incluindo a seca persistente e eventos climáticos extremos, elevação do nível do mar, erosão costeira e acidificação dos oceanos, ameaçando ainda mais a segurança alimentar e os esforços para erradicar a pobreza e alcançar o desenvolvimento sustentável”, diz o rascunho.


fonte: Vermelho

Abaixo encontra-se alguns documentos que você pode baixar:

http://www.rio20.gov.br/documentos/documentos-da-conferencia

Vândalos destroem túmulo de ex-líder comunista na Albânia

Em 8 de junho último, vândalos destruíram o túmulo do ex-líder comunista albanês, Enver Hoxha (1908-1985).



túmulo depredado
túmulo depredado
Trata-se de mais uma expressão do ódio dos herdeiros dos colaboracionistas e nazi-fascistas contra aquele que foi o comandante da vitória na luta antifascista de libertação nacional em 1944. 

São forças regressivas que assaltaram o poder e querem apagar da história o período de mais de quatro décadas que o país atravessou sob a direção de Enver Hoxha. 

O ato de vandalismo ocorreu às vésperas do centenário da independência da Albânia (28 de novembro de 1912). Metade desse tempo está ligada ao nome de Enver Hoxhes. Esta ferocidade pode ser observada através das fotos, reveladoras da fúria com que tratam a sua memória.


Fonte: Vermelho

terça-feira, 12 de junho de 2012

Rio promove centenas de atividades ambientais paralelas à Rio+20

Centenas de atrações estão ocorrendo desde o início deste mês no Rio de Janeiro por conta da Conferência das Nações Unidas (Rio+20), que começa amanhã. O secretário-geral da Rio+20, o chinês Sha Zukang, se pronunciou ontem (11) contra a tentativa de países ricos de retirar ou diluir no documento final da conferência a ideia da "responsabilidade comum, mas diferenciada".


Tal princípio, que defende que nações mais ricas devem contribuir mais para o desenvolvimento sustentável por já terem se beneficiado muito dos recursos naturais, está nos acordos globais resultantes da Eco-92.

Zukang chegou ao Rio no final de semana e deve ficar na cidade até o final da Rio+20. A Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável começa oficialmente nesta quarta-feira (13), com a última rodada de negociações entre os países sobre o texto que será a base do documento final do encontro. Mas eventos paralelos ligados aos temas em debate já estão sendo realizados desde o final de semana.

O secretário lembrou que o objetivo da Rio+20 é "renovar" os princípios da Declaração do Rio e da Agenda 21, aprovadas há 20 anos.

"Nosso trabalho não é mudar os princípios, acrescentar novos ou eliminar qualquer um deles. Todos os 27 princípios da Declaração do Rio são relevantes e válidos hoje, se não mais", disse.

O documento final da Rio+20 não deverá detalhar metas, mas a questão de quem vai pagar a conta para conciliar proteção ambiental com desenvolvimento atrasa o acordo sobre o texto.

Estados Unidos, Europa e Japão dizem que China, Índia e Brasil, entre outros, devem assumir mais responsabilidades. O G-77, grupo que reúne mais de 130 países em desenvolvimento, insiste em manter o princípio da diferenciação.

A negociação continua de amanhã a sexta, mas pode se prolongar até a cúpula propriamente dita, de 20 ao 22, e até que o acordo saia. "As pessoas sempre mostram suas cartas no último minuto."

Segundo a ONU, 134 chefes de Estado e de governo já se inscreveram para falar na próxima semana, um número maior que na Eco-92, que foi de 108 inscrições, e na Rio+10, em Johanesburgo (104).

A Rio+20 integra uma família de cúpulas da ONU sobre ambiente. A primeira foi em Estocolmo, Suécia, em 1972, dando origem ao relatório "Nosso Futuro Comum". Ele define desenvolvimento sustentável como o que satisfaz as necessidades atuais "sem comprometer a capacidade das gerações futuras de se desenvolverem".

A Rio+20, cujos temas centrais são a economia verde, temida pelos movimentos sociais, e "estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável", é uma oportunidade para o planeta debater os problemas e soluções relacionados ao clima.

Vinte anos depois da Eco92, a economia mundial cresceu 65% e o planeta chegou a uma população de 7 bilhões de pessoas,que vivem em meio ao consumismo desenfreado, desencadeando maior produção e, consequentemente, escassez dos recursos naturais. Nos últimos anos, cientistas vêm alertando para os perigosos do rumo que está sendo tomado. É preciso corrigi-lo agora para evitar que criemos um ambiente cada vez mais hostil a nossa presença.

As emissões de gases estufa aumentaram 36% nesse período, enquanto isso, nos polos há menos gelo e mais tempestades. Em todo o mundo, 300 milhões de hectares de floresta foram destruídos. Grande parte do que restou concentra-se no território brasileiro, a Floresta Amazônica. Para evitar que o pior aconteça, a presidenta Dilma vetou 12 artigos e diversos trechos do texto do novo Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados.

Desenvolvimento e sustentabilidade

As causas desses problemas foram apontadas na Eco92 por líderes como Fidel Castro, um dos mais aplaudidos no encontro há 20 anos.

"É preciso salientar que as sociedades de consumo são as principais responsáveis pela atroz destruição do meio ambiente. Elas nasceram das antigas metrópoles coloniais e de políticas imperiais que, pela sua vez, engendraram o atraso e a pobreza que hoje açoitam a imensa maioria da humanidade. Com apenas 20% da população mundial, elas consomem as duas terceiras partes dos metais e as três quartas partes da energia que é produzida no mundo. Envenenaram mares e rios, contaminaram o ar, enfraqueceram e perfuraram a camada de ozônio, saturaram a atmosfera de gases que alteram as condições climáticas com efeitos catastróficos que já começamos a padecer", declarou o líder cubano.

O Rio de Janeiro atraiu a atenção do mundo naquele ano de 1992 para as questões ambientais e da economia. Afinal, como fortalecer a economia sem agravar a destruição do meio ambiente? Foi então que se cunhou a expressão desenvolvimento sustentável. Para os ambientalistas, a Rio92 criou o consenso de que é preciso ter uma visão integrada entre social, ambiental e econômico.

Eventos paralelos
Cerca de mil eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas acontecerão neste mês de junho no Rio de Janeiro. Como no encontro de prefeitos das maiores cidades do mundo no Forte de Copacabana. Cerca de 500 cientistas vão ocupar a Pontifícia Universidade Católica (PUC) para trocarem conhecimentos ambientais.

Empresários brasileiros e do exterior, representando cerca de 800 indústrias, vão se reunir no Hotel Sofitel, no Rio de Janeiro, para discutir documento inédito com os avanços de 16 setores da indústria na conservação do meio ambiente e na busca da sustentabilidade. O "Encontro da Indústria para a Sustentabilidade" acontece na quinta-feira (14) e reunirá setores que respondem por 90% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial. Ao final do encontro, os empresários apresentarão o posicionamento da indústria na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU).

Cúpula dos Povos

Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro se prepara para receber a Cúpula dos Povos / foto: o globo
Mas o mais esperado dos encontros será no Aterro do Flamengo, entre movimentos sociais de diversas partes do mundo. Mais de 30 mil pessoas devem passar diarimente pelas atividades autogestionadas e as assembleias da Cúpula dos Povos.

A programação com as centenas de atividades estão sendo divulgadas desde o domingo (10). CAda uma das 36 tendas de atividades autogestionadas a partir de sexta-feira (15), além, claro, das cinco tendas de plenárias e de outros espaço, foram nomeadas em homenagem a figuras que desempenharam papeis importantes na luta social do Brasil e do mundo como Clara Zetkin, ícone do feminismo mundial. Em 1917, fundou com Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht o Partido Social-Democrata Independente. Mais tarde, juntou-se ao Partido Comunista da Alemanha e atuou no parlamento de 1920 a 1933.

Acompanhe a divulgação da programação no perfil da Cúpula aqui.

Fonte: Vermelho

Reflexão: Direitos homossexuais

Num atendimento durante o estágio de Atenção Básica, fiz a seguinte reflexão através do que eu vi, uma briga entre a mãe, acompanheira e a criança dentro do consultório:

Será, que a criança estaria preparada para aceitar como pais casais de homossexuais que o adotariam, assim como estes o aceitaram?

E qual a defesa de nosso governo em relação a projetos que possam harmonizar as famílias?

Assim medito sobre o casamento homossexual:

Casamento é um direito de todos não importa raça e gênero, mas o que adianta o governo aprovar o casamento homossexual, se eles [governo] escondem nos livros de história nossos heróis homossexuais?

"Sou a favor dos direitos de homossexuais, mas simplesmente critico projetos feitos pela metade, cuja intenção é ganhar votos e não resolver os problemas da sociedade".

william silva vieira

Um pouco de história: Capitalismo x Socialismo

O sistema capitalista

Este sistema caracteriza em linhas gerais:
  • pela propriedade privada ou particular dos meios de produção;
  • pelo trabalho assalariado;
  • pelo predomínio da livre iniciativa sobre a planificação estatal.
A interferência do Estado nos negócios é pequena. Diante do que foi exposto, percebe-se que a sociedade capitalista divide-se em duas classes sociais: a que possui os meios de produção, denominada burguesia;
a que possui apenas a sua força de trabalho, denominada proletariado.

A atual fase do capitalismo recebe o nome de capitalismo financeiro. A atividade bancária, ou seja, empréstimos de dinheiro a juros, predomina. Todas as outras atividades dependem dos empréstimos bancários. A moeda tornou-se a principal "mercadoria" do sistema

Socialismo

Desde a Antigüidade algumas pessoas, preocupadas com a vida em sociedade, pensavam em modificar a organização social e assim melhorar as relações entre os homens. Na Idade Moderna também houve essa preocupação.

Um inglês de nome Thomas More escreveu um livro chamado Utopia, onde mostrou como imaginava a sociedade de uma forma menos injusta.

Entretanto, com as grandes desigualdades sociais criadas pela Revolução Industrial, as idéias de reformar a sociedade ganharam mais força. Foi assim que surgiram pensadores como Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon, Karl Marx, Friedrich Engels e outros. Estes pensadores ficaram conhecidos como socialistas.

Essas idéias socialistas espalharam-se pela Europa e depois por todo mundo; e não ficaram somente na teoria. é o caso da Revolução Socialista de 1917, na Rússia, onde a população colocou em prática as idéias socialistas

Quem será o candidato à prefeitura do Recife?

Os PTistas protestam contra a escolha que a execultiva nacional fez
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Quem passou pela Avenida Sul, em Afogados, Zona Oeste do Recife, na manhã desta terça-feira (12), deparou-se com uma paisagem diferente. Em frente à Estação do Metrô Largo da Paz, três outdoors vermelhos e com frases brancas, um ao lado do outro, incentivam o prefeito João da Costa a continuar sua luta contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e o senador HUmberto Costa para concorrer à reeleição. A atitude é um claro questionamento à decisão do diretório nacional de indicar o nome de Humberto para concorrer ao cargo no lugar de João da Costa.

"Ele tirou a Via Mangue do papel e venceu as prévias. Cadê a democracia?", questiona um dos outdoors. O segundo fala que "ele realiza o maior orçamento participativo do Brasil e venceu as prévias. Cadê a democracia?".

No terceiro, "ele é líder das pesquisas e venceu as prévias. Cadê a democracia?". Os outdoors são assinados pelo Manifesto Amigos de João da Costa

Se a briga era PT x PT, agora a briga é PT x PSB.

O governador Eduardo Campos (PSB) deverá aproveitar um evento administrativo, na tarde desta terça-feira (12), para anunciar que o PSB não apoiará o petista Humberto Costa e que terá candidato próprio a prefeito do Recife. A informação foi repassada ao JC por uma fonte no Palácio do Campo das Princesas, que pediu anonimato e significa o rompimento dos dois maiores partidos da Frente Popular de Pernambuco.

O governador tem como opções de candidatura quatro ex-secretários que ele exonerou na semana passada, justamente para ficar à disposição para o caso de um rompimento com o PT. São eles, o deputado federal Danilo Cabral, que comandou a Secretaria das Cidades; Geraldo Júlio, ex-titular de Desenvolvimento Econômico; Tadeu Alencar, ex-secretário da Casa Civil; e o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, que foi secretário de Desenvolvimento Social.

Eduardo fará o anúncio no mesmo dia que o senador Humberto Costa, em entrevista à Rádio Jornal, disse não acreditar que o PSB lançaria seu prefeiturável e, em tom de advertência, afirmou que não seria bom para os dois últimos anos de mandato do governador ter uma base rachada.

Em entrevista na tarde desta terça (12), o socialista garantiu que não vai impor nomes, mas que dará condições para todos os partidos se pronunciarem. A coligação tem como maiores partidos o PSB, do próprio governador, o PT e o PTB.

O PT não quer ficar atrás

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça (12) à tarde com o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, e com o senador Humberto Costa (PE), nome imposto pela Executiva Nacional do partido como candidato à Prefeitura do Recife. Em uma hora e meia de conversa, Lula reafirmou seu apoio à decisão da direção da sigla e prometeu empenho na campanha de Humberto Costa. "Ele disse que vai participar ativamente da campanha de TV e dos eventos de rua", contou Costa.
Aí eu pergunto: Será que isso pode ser a reflexão das eleições presidenciais?

william silva vieira

É assim que eles nos recepcionam: MP 568!!

Médicos servidores federais em todo o país paralisam as atividades hoje (12) em protesto contra a Medida Provisória (MP) nº 568, de 2012, que trata da remuneração e da jornada de trabalho dos profissionais de saúde.

O texto prevê que os médicos que atualmente mantêm jornada de 20 horas semanais no serviço público, ao ingressar na carreira, tenham que cumprir 40 horas semanais e receber o mesmo valor. A categoria alega que a MP representa uma redução de 50% na remuneração

Para a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a medida provisória interfere na remuneração e desfigura a jornada de trabalho dos profissionais de saúde. A estimativa da entidade é que, em todo o país, 42 mil médicos ativos e inativos do Ministério da Saúde sejam atingidos pelas novas regras, além de 7 mil do Ministério da Educação.

Também hoje, uma comissão mista do Congresso Nacional deve votar a admissibilidade da MP 568. O objetivo da categoria é, por meio da paralisação, pressionar o Parlamento e abrir caminho para a primeira greve geral de médicos servidores federais no país que acontece no dia 28 de junho.

Os protestos, de acordo com a Fenam, serão organizados pelos sindicatos de cada região.

Em resposta ao protesto o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado. Com o aval da Presidência da República, o parlamentar apresentará emenda ao texto. “O Ministério do Planejamento reconhece que teve um erro na medida provisória. Nós vamos corrigir o erro”, disse a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ao deixar o Congresso após reunião com Eduardo Braga.


Segundo o Secretário da FENAM,Waldir Cardoso, a paralisação de hoje não representa apenas a defesa dos direitos dos profissionais de saúde, mas da população em geral, uma vez que a Fenam considera a redução de 50% do salário dos médicos “um atentado ao interesse da sociedade e do Sistema Único de Saúde [SUS]”.

Enquanto eles [Ministério da Saúde] querem reduzir  os salários da classe trabalhadora com a intenção de pagar aos juros dos banqueiros, eles investem 880 milhões em UPAs, serviços que servem mais para apreciação das estruturas do que para cumprir sua finalidade social, descredibilizando os trabalhadores e os pacientes. Além disso, é de se esperar uma ampliação nas vagas dos cursos de medicina, mas fica a reflexão: como eles querem que trabalhemos, simplesmente por amor a profissão, porque eles não fazem a mesma coisa?

william silva vieira

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Senado aprova criação de mais 70 mil cargos para o MEC


O Senado aprovou hoje (30) projeto de lei que autoriza o Ministério da Educação a criar mais de 70 mil cargos e funções a serem preenchidos até 2014. Como foi aprovado na Câmara e não sofreu modificações no Senado, a proposta segue agora para sanção presidencial.
Segundo o governo, as vagas serão usadas no Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec).
Na justificativa da proposta encaminhada ao Congresso pela Presidência da República, o governo sustenta que a abertura dos cargos visa a promover a melhoria da educação nas universidades e nas escolas técnicas de ensino básico e médio.
De acordo com o projeto de lei, serão criados 43.875 cargos de professor, dos quais 19.569 da carreira de magistério superior e 24.306 do magistério do ensino básico, técnico e tecnológico. Ainda serão criados 27.714 cargos de técnico administrativo, além de 1.608 de direção e 3.981 de funções gratificadas.
"ainda falta uma coisa: cadê o PCCV para o professor?" (william silva vieira)
fonte: Agência Brasil

Brasil gastou R$ 21 bilhões com doenças relacionadas ao tabaco no ano passado


Pesquisa divulgada pela Aliança de Controle do Tabagismo indica que R$ 21 bilhões foram gastos no ano passado em saúde pública e privada com doenças relacionadas ao fumo. De acordo com a entidade, o montante representa quase 30% do valor destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O estudo revela ainda que o tabagismo é responsável por 130 mil óbitos ao ano no Brasil, o equivalente a 13% do total de mortes registradas no país.
Para a diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns, é preciso desfazer o mito de que o tabaco é ruim para saúde, mas bom para a economia do país, “A realidade é outra. Os custos são enormes”, ressaltou.
O estudo, segundo Paula, demonstra, que o país gasta mais com o tratamento de doenças consideradas evitáveis do que o montante que é recolhido pela indústria do tabaco na forma de impostos.
Ela alertou ainda que o estudo considerou apenas os custos diretos gerados pelo consumo de produtos derivados do tabaco para a saúde no país e não contabilizou, por exemplo, os casos registrados entre fumantes passivos. “Os valores seriam ainda maiores”, disse.
Entre as recomendações listadas pela Aliança de Controle do Tabagismo para o combate ao fumo no Brasil está a necessidade de novas pesquisas que incluam doenças como a tuberculose na lista de enfermidades relacionadas ao fumo, além de levantamentos sobre os custos ambientais provocados pela produção do tabaco no Brasil.
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, avaliou que o governo se sente “confortável e, ao mesmo tempo, preocupado” com o enfrentamento ao tabaco no país. Ele lembrou que foram registrados avanços como a queda no número de fumantes - o percentual passou de 16,2% em 2006 para 14,8% no ano passado. Ele lembrou, entretanto, que o país ainda contabiliza 25 milhões de pessoas que fumam.
“Precisamos aperfeiçoar o aspecto legal que trata do banimento do fumo em ambientes fechados, da taxação inibidora e do avanço no combate à pirataria”, destacou.

Fonte: Agência Brasil

Consun aprova Sectec no Conselho e Representação do governo em nossos Hospitais Universitários.


Realizada nessa quinta feira (31/05), a reunião do Conselho Universitário da UPE (Consun) aprovou a cadeira de representação da Secretaria de Ciências e Tecnologia (sectec) ao Consun e a de representantes do governo nos HU´s.

VAMOS ENTENDER O PORQUÊ DISSO...

A UPE ainda vive com o modelo antigo e precário de gestão, um modelo centralizador e desigual para todos aqueles que a constroem. A defesa da Autonomia Universitária seria importante para quebrar essa forma retrógrada de gestão construindo um novo modelo mais democrático. Todavia com esse antigo modelo, a UPE passou por vários problemas, principalmente na realização de concursos públicos (reflexo da mobilização de medicina em garanhuns) e algumas defasagens de nossas estruturas físicas.

Quem não se lembra da mobilização do Cisam, ou será que a sociedade esqueceu? Pois bem, vamos aos fatos.

Garantir uma representação do sectec é importante, do ponto de vista fiscal. Mas o que é a Sectec hoje? Nada mais é do que uma representação de interesses privados no desenvolvimento tecnológico de PE. Será que não é melhor a UPE produzir tecnologias para a saúde, cultura, educação e setores de grande importância para a população? Por isso defendo uma Universidade popular e democrática. Popular pelo direcionamento de suas produções para o povo e Democrática pelo acesso do povo a UPE. 

O que são os representantes do Estado nos HU's? Simplesmente o IMIP através da Secretaria de Saude de Pernambuco. Mas você acha isso pouco? Quem não se lembra dos interesses da Faculdade Maurício de Nassau em construir uma faculdade de medicina e "pegar" emprestado o HUOC, tudo isso apoiado pelo Governador? Talvez você não se lembre, esse episódio ficou conhecido como a "segunda invasão holandesa" e nós, novamente, os expulsamos. Mas eu não sou contra a FMN construir uma faculdade de medicina (precisamos de médicos), mas sou contra os interesses mercantilistas da FMN que visa o aumento dos lucros e a pouca responsabilidade com a sociedade. Também não sou contra a FMN participar das atividades em nosso hospital, mas sou contra a falta de estrutura que o HUOC não disponibiliza para nossos acadêmicos e alunos internos. Já citando os interesses do IMIP, vimos durante o acompanhamento de alguns problemas no Cisam nos últimos dois anos, como desvios, improbidade administrativas etc, algo que repercutiu na atualidade.

Talvez você ache isso chato, mas eu deixo para vocês a leitura de B. Bretch, "o analfabeto político":

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais"

PRECISAMOS DE VOCÊ NESSA LUTA, O CISAM FOI SÓ O COMEÇO.

william silva vieira, 9° período de medicina UPE.

UNE e UEE-SP promovem atos contra o sucateamento das particulares


A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) vêm promovendo uma série de manifestações para denunciar o sucateamento das universidades e faculdades privadas no estado. Três instituições de ensino superior já foram alvo de atos públicos: Anhanguera Educacional, Universidade São Marcos e Universidade Nove de Julho (Uninove). Outras estão na mira dos estudantes, que querem dar um basta ao apetite dos "tubarões do ensino".


Na Uninove, que possui 450 mil estudantes matriculados, as ações começaram nesta semana e outras estão programadas para acontecer. "Há aumentos abusivos de mensalidade. Em média, o aumento é de R$ 100, ao ano, em cada curso, muito acima da inflação", denuncia Laís Gouveia, representante da UNE em São Paulo e diretora da UEE-SP. 

Laís é quem vem sacudindo a juventude na porta das universidades. Na noite de quarta-feira (30), foi a vez dos universitários do campus Vila Maria promoverem uma grande mobilização pacífica, que reuniu mais de 500 pessoas.

Mais uma vez, os apitos, narizes de palhaço e cartazes entraram em cena e, a partir das 20h, junto aos gritos de “chega de aumento”, ocuparam o campus da universidade. Ao mesmo tempo, um “tuitaço” mobilizou a rede social Twitter com a hashtag #UninoveNÃOé10.

Além de provocar a evasão, prejudicando a permanência dos estudantes no ensino superior, Laís explica que o aumento não oferece os investimentos necessários para a estrutura da universidade, como bibliotecas, novos equipamentos para laboratórios, corpo docente qualificado e atendimento. 

A Uninove é o terceiro maior grupo educacional do país, sendo a maior instituição de ensino superior privado em São Paulo, formada por mais de 100 mil alunos.

Mobilizações em todo país

As manifestações acabam se concentrando em São Paulo já que é o estado que possui o maior número de universidades no país. Mas, outras ações estão sendo planejadas nas diversas regiões brasileiras, que devem acontecer ao longo de todo o ano de 2012.

"Não existe outra saída para resolver o problema senão regulamentar o ensino privado. Por isso, a UEE-SP protagoniza essa jornada de luta denunciando os tubarões do ensino privado, que estão levando à baixa qualidade na infraestrutura, no conteúdo de sala de aula, já que estão sendo contratados professores sem mestrados e doutorados", lamenta Laís Gouveia.

Outros muros

Outras instituições privadas são alvos dos protestos como a Universidade São Marcos, que foi descredenciada pelo Ministério da Educação, tinha 1.300 alunos em São Paulo e 800 em Paulínia (no interior), e está sob intervenção judicial e em processo de readequação às normas do ministério. "Por má gestão eles têm até junho para formar todas as turmas", declarou a representante da UEE-SP e UNE.

A Ananhanguera Educacional vem adquirindo outros estabelecimentos de ensino superior, como a Uniban, e incorporando-as em seu modus operandi. "Eles demitiram mais de mil professores, mestres e doutores. Reduziram a grade curricular e sucatearam a infraestrutura. Há telhados em péssimo estado de conservação, salas de aulas improvisadas de maneira precária, entre outros fatos graves constatados e que estamos denunciando", completou a diretora da UEE-SP.

A Anhanguera Educacional e a Uninove foram procuradas, mas até o fechamento não retornaram. Os responsáveis pela Universidade São Marcos não foram localizados.

Aberração

A São Marcos virou notícia novamente por conta de sua má gestão e práticas duvidosas. Ossadas foram encontradas enterradas no terreno da instituição de ensino na quinta-feira (31). Eram de cadáveres usados para estudos em aulas de anatomia. A polícia descobriu os restos mortais após uma denúncia anônima. Ao todo, foram localizados 15 crânios, quatro fetos e partes de corpos.

Segundo a reitoria, os corpos pertenciam ao laboratório de anatomia da instituição há 20 anos, mas estavam contaminados por fungos por falta de manutenção, porque o local já havia sido desativado há dois anos. A reitora teria pedido que os ossos fossem enterrados em um cemitério, em abril deste ano. 

Uma moradora próxima da universidade contou à polícia que vinha sentindo mau cheiro vindo da instituição, mas pensou que fosse do bueiro. Uma aluna da instituição, que estuda em uma sala em frente ao local onde os ossos foram enterrados, ficou escandalizada com a história. Ela já não tem mais certeza se vai conseguir o diploma.



Fonte: Vermelho

Jornalista francês defende Farc: guerrilha quer saída negociada


O jornalista francês Romeo Langlois, que foi entregue nesta quarta-feira (30) após ser retido durante 33 dias pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), afirmou em coletiva de imprensa que as Farc "querem uma solução negociada ao conflito interno da qual participem outros países”.


Langlois disse que sua visão se mantém igual que antes de ter se entregado ao grupo armado. "O que lhes digo agora é o que pensava desde antes de ter me entregue. É necessário juntar muita gente e organizações para solucionar este problema”. O jornalista francês, que esteve em cativeiro, explicou que as Farc enviaram uma carta ao presidente Francois Hollande. "As Farc enviaram uma carta ao presidente Francois Hollande. De fato, me pediram opinião a respeito do conteúdo desta carta. Eu tive autoridade para lê-la. Por razões óbvias não posso falar sobre o conteúdo desta carta a Hollande, a menos que as Farc e o presidente Hollande estejam de acordo”.

Langlois também detalhou que no momento de sua entrega às Farc se recordou que o compromisso do grupo é conseguir um país melhor "me falaram de sua luta e do chamado que fazem aos países do mundo a ajudar a Colômbia a conseguir com franqueza uma solução negociada ao conflito interno, nada diferente do que leram ontem (terça-feira, 29) no comunicado”, afirmou.
O comunicador francês afirmou que é necessário "baixar o tom à polêmica. Esta sempre é necessária, o importante hoje é resolver o conflito” e lamentou que na Colômbia haja "muito ódio de ambos os grupos”.

Em coletiva de imprensa o comunicador afirmou que a guerrilha ia entregá-lo após dois dias "mas ao ver a revolta causada decidiram retê-lo mais para fazer política”.

Afirmou que "eles (Farc) querem a paz, mas não vão ser comprados com "entreguem as armas" e um sermão e pronto, por isso vai ser complicado para a Colômbia e para a sociedade” conseguir um acordo de paz. As Farc "estão preparadas para seguir a guerra por mais 50 anos. Querem uma paz negociada, mas não confiam no governo nem no Exército”, apontou.

Destacou que a guerrilha colombiana deixou claro que a imprensa não é inimiga nem é objetivo militar e agradeceu que lhe tenham pedido desculpas "no dia da minha entrega me pediram desculpas pela lesão no braço e por tratar-me a princípio como prisioneiro de guerra”.

Outro mundo

O jornalista fez um chamado aos meios de comunicação para que penetrem nos povoados esquecidos da Colômbia e contem o que os campesinos vivem. "Você vai lá e é outro mundo porque os campesinos dizem coisas que não se vê na televisão, dizem que o Exército é terrorista”.

Apontou que os meios apresentaram uma versão "light” deste conflito "e este conflito é muito duro”. "Os campesinos me repreenderam e me disseram 'vocês dos meios não dizem a verdade, digam a verdade, o Exército chega aqui coloca em nós vestimentas militares e nos matam'”, acrescentou Langlois.

Afirmou que para a imprensa nacional e internacional o conflito armado vivido pela Colômbia está muito esquecido e lamentou que "para que Caquetá saia nos meios tenha que acontecer um sequestro”.

Langlois, de 35 anos, viajava em um helicóptero do Exército colombiano, em 28 de abril, para realizar uma reportagem sobre o narcotráfico na região. De acordo com a imprensa colombiana, a aeronave aterrissou em um campo minado e aconteceu um enfrentamento entre tropas do Exército e as Farc que culminou na entrega voluntária de Langlois.

Fonte: TeleSUR

Renato Rabelo: Para o PCdoB a Cultura é vetor de desenvolvimento


“Estimular o interesse pela temática cultural, incentivando o debate, a reflexão e a elaboração política e intelectual”. Este é um dos objetivos pretendidos pelo Coletivo Nacional de Cultura do Partido Comunista do Brasil ao realizar, em parceria com a Fundação Maurício Grabois, o primeiro Encontro Nacional de Cultura do PCdoB. 


                      Foto: Alexandre Almeida
O evento, que foi realizado nesta sexta-feira (1°), no Club Homs, em São Paulo, reuniu cerca de 200 pessoas que debateram, durante a primeira mesa, a proposta de elaboração de um projeto de ação para colocar a cultura como vetor de desenvolvimento e agente central do Plano Nacional de Desenvolvimento.

Em entrevista ao Vermelho, Renato Rabelo, presidente do PCdoB, frisou ser uma honra realizar o encontro, especialmente no momento em que o Partido completa 90 anos. Além disso, o dirigente destacou a centralidade da cultura nestes tempos.

“A realização desse evento é fundamental para o PCdoB. Nosso Partido tem uma consciência nítida da questão da cultura para a formulação de um Plano Nacional de Desenvolvimento. E por que o PCdoB concebe a cultura por esta lógica? Porque, de fato, a cultura assume hoje um papel fundamental para a emancipação e libertação da sociedade”, salienta o dirigente.

O coordenador Nacional de Cultura do PCdoB, Javier Alfaya, explicou que o Encontro nasce de um processo iniciado ainda em 2003, com a realização do primeiro seminário promovido pela Fundação Maurício Grabois. Segundo ele, foram realizados mais três seminários que refletiram sobre o papel estratégico da cultura.

“Todos esses encontros realizados contribuíram para que o Partido desenvolvesse uma proposta que entendesse a cultura como uma categoria essencial do Plano Nacional de Desenvolvimento. Dessa forma, realizar o encontro tem como um dos principais objetivos pensar este setor e propor, deliberativamente, formas que entendam e atendam a atual conjuntura da cultura, sobretudo seu papel nas cidades”, explica Alfaya.

                      Foto: Alexandre Almeida

Para tanto, Alfaya explicou que o encontro foi dividido em três mesas, sendo que as duas primeiras com o objetivo de olhar para os aspectos ideológicos, políticos e econômicos, e a última mesa que versará sobre a proposição de um Plano de Ação de Cultura do PCdoB, nos moldes dos planos de ação já construídos para as áreas como a juventude, movimento de mulheres, entre outros. 

Antes de iniciar os debates, Javier Alfaya informou que devido o falecimento do cantor Nelson Jacobina, Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura não poderia participar do evento. Em homenagem, Alfaya solicitou aos presentes uma salva de palmas ao artista.

Ao iniciar sua fala, Luiz Carlos Prestes Filho destacou o papel do PCdoB e agradeceu as muitas homenagens prestadas ao seu pai, Luiz Carlos Prestes. 

Entender o setor cultural

A primeira mesa, que foi composta pelo pesquisador e roteirista Luiz Carlos Prestes e pelo presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine) Manoel Rangel, teve como tema ‘Cultura e Projeto Nacional de Desenvolvimento’. Dentre as questões abordadas na mesa, está a preocupação de se entender como o setor cultural se estruturou ao longo da história, de forma a entender a gestão, produção, circulação dos produtos culturais na atualidade.

Para Luiz Carlos Prestes Filho os setores organizados da sociedade não podem se furtar de entender como o setor cultural se estrutura hoje, sobretudo qual a sua influência no Produto interno Bruto (PIB) nestes tempos. “Não podemos mais pensar em desenvolvimento, sem entender como o setor cultural se desenvolve e qual o seu papel no mercado”.
 
“É preciso pensar em um Plano Nacional de Desenvolvimento no qual a cultura tenha seu reconhecimento de forma a organizar a chamada cadeia da cultura. Ou seja, precisamos pensar em uma política estruturante para o país que fomente, organize e entenda o atual sistema cultural, olhando para a cultura nacional. Além disso, é preciso se ampliar os estudos nesta área que assume um papel fundamental na formação das sociedades”, explica Prestes.

                      Foto: Alexandre Almeida

Desenvolvimento e Cultura


Manoel Rangel falou sobre o papel da cultura nos governos como categoria de firmação. Segundo ele, a cultura se coloca como um vetor de firmação da identidade nacional e do conhecimento formal.

Ele explicou que esta situação é fortemente influenciada pelo momento que o país vive. O qual, mesmos em tempos de crise, está arregimentado por um ciclo de desenvolvimento, amplamente apoiado pelo processo de distribuição de renda, os níveis de pleno emprego e sua atuação soberana frente a outras nações.

“Precisamos destacar que o cenário cultural de hoje existe por diversos fatores, dos quais destaco o papel protagonista dos setores organizados da sociedade para pensar em mecanismos que garantissem um processo de reorganizações e fomento do setor. E aqui rememoro a atuação das gestões Gilberto Gil e Juca Ferreira, com programas como o Cultura Viva e os Pontos de Cultura”, elucidou Rangel.

O presidente da Ancine também falou sobre a importância de se ampliar o conteúdo nacional no interior da Indústria Cultural, especialmente na mídia televisiva.

“Avançamos, mas ainda estamos longe de equilibrar a relação conteúdo nacional/conteúdo internacional. Nesse sentido, penso que para se garantir pluralidade e diversidade é preciso de políticas fortes no qual o Estado assuma um papel estratégico. Ou seja, o Estado precisa assumir um papel de fomentador, a partir da implantação de uma política de financiamento público, e de estruturador no setor, a partir da ampliação da malha de aparelhos culturais que garantam a distribuição equânime das produções nacionais”, problematizou o presidente da Ancine.



fonte: Vermelho

Cuba celebra Dia Mundial da Infância


Quando o bem-estar pleno das crianças é uma quimera para numerosas nações, Cuba celebra nesta sexta-feira (01) o Dia Mundial da Infância com louváveis resultados e o reconhecimento internacional pela proteção de seus menores. 



Foto: Kaloian Santos Cabrera

Saúde, educação, cultura, desporto, leis nestas e outras áreas o governo e as instituições da nação caribenha combinam esforços para garantir o desfrute dos direitos de seus infantes.

Em fevereiro, durante a apresentação do relatório sobre o Estado Mundial da Infância 2012, o representante da UNICEF na ilha, José Juan Ortiz, ressaltou que Cuba constitui um exemplo de sociedade equitativa, com a vontade política de proteger crianças e adolescentes.

Em declarações à imprensa, o servidor público destacou que os cubanos contam com escolarização plena, direito à participação e possibilidade de jogar na rua, quando em outras nações isso não ocorre, pela insegurança e a violência.

Para Ortiz, Cuba é um modelo no cumprimento da Convenção sobre os direitos da infância e possui experiências para mostrar ao mundo, em espaços como a educação e saúde, que são gratuitas e acessíveis para todos.

Isso se sustenta em fatos como que a mortalidade infantil em 2011 foi de 4,9 pela cada mil nascimentos, enquanto a cada criança cubana está protegida contra 13 doenças, entre elas a poliomielite, tuberculose, difteria, tétanos, tosse ferina, sarampo e hepatite.

Em seu mais recente relatório sobre educação, o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE), refletiu que no curso 2010-2011 o ensino primário e a secundário concluíram com uma retenção docente de 98,7% e 97,9% respectivamente, o que ratifica o baixo palco de deserção escolar na ilha.

Do ponto de vista jurídico, os direitos dos menores também se encontram amparados por um sistema de leis que levam em conta seu bem-estar e desenvolvimento.Cuba é o melhor exemplo de que, apesar da falta de recursos econômicos, se pode proteger à infância se existe uma aposta decidida para atender suas necessidades básicas, assegurou o também professor da Universidade de Barcelona. 

Um exemplo das ações despregadas a nível nacional está no projeto Por um Mundo ao Direito, no qual se unem profissionais do Ministério de Justiça, a Federação de Mulheres Cubanas e de setores como a saúde, a educação, a cultura, a ciência e o desporto.

O objetivo da iniciativa é que a família conheça melhor as leis para a proteção de crianças e adolescentes, e segundo sua coordenadora nacional, Ana Audiver, 10 anos após sua fundação existem mais de 169 círculos de interesse em todo o país, que se ensina e se debate sobre o tema.

Desse modo, quando milhões de crianças em todo mundo sofrem diariamente a violação de seus direitos, Cuba celebra a efeméride com atividades culturais e esportivas em coletivos e instalações escolares, praças, ruas, parques, lares de crianças sem amparo familiar, hospitais e salas de pediatria.

Fonte: Prensa Latina