quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Urariano Mota: O lugar do escritor no Brasil

As noticias nos jornais, que fazem da história real um eterno fla-flu, não deixam dúvida: militares da reserva atacam a presidenta Dilma e a ministra Maria do Rosário, por atos e declarações sobre a ditadura. A presidenta reage, militares fingem um recuo, e o jogo segue, em aparente 1 a 1.

A presidenta reage, militares fingem um recuo, e o jogo segue, em aparente 1 a 1. Mas a notícia maior, que vem sendo construída há mais de uma geração, fala mais fundo além dos jornais: durante este ano o Brasil passa pela Comissão da Verdade, a partir do Congresso Nacional. Diante disso, o que dizem as vozes estéticas do Brasil, alheias à superfície das páginas do noticiário? E os que usam a ferramenta exclusiva do verbo, os escritores, o que temos com isso?



A julgar por suas intervenções públicas, até aqui, nada têm a ver. Entenda-se. Não se exige dos nossos criadores obras de engajamento nas questões de peso da pátria. Não, e seria abusiva e estúpida tal exigência, porque exterior à escrita mais pessoal, onde têm vez e voz o mais íntimo de cada um. Mas escritores escrevem artigos ótimos, crônicas cultas, dão palestras brilhantes, entrevistas maravilhosas, espetáculos do mais fino humor, e entre uma exposição e outra do precioso ego, bem podiam dizer, falar, sugerir, recomendar algo como, por exemplo, “olhem, tem a ver conosco esta Comissão da Verdade. Ela é do interesse de todos os artistas”. E diante do silêncio de um entrevistador, cujas perguntas vêm antes da entrevista, o escritor perguntaria mais claro: “Você não quer saber a razão?”. E o show continuaria, se não com mais graça, pelo menos com mais verdade.

Mas tal não se vê, nem mesmo nos lugares de aparência livre de suas colunas. Por quê? Certo não é covardia. Se apostamos no grau de altura moral dos nossos irmãos, poderíamos dizer que este assunto urgente, de esclarecimento dos crimes da ditadura, para eles não vem à tona por uma certa, digamos, acomodação estética. Talvez uma estética de não ferir a boa vontade do dono, não da sua pessoa, pois nosso escritor é livre, mas de não ir contra a corrente dominante no meio. Ou de respeitar o espaço, que não é gratuito por todas as justiças. Quem trabalha, recebe, é justo. Quem paga, cobra, o que também é justo. Ora vá o escritor famoso à custa do jornal, pelo que o magnânimo editor acha, ora vá o dono da folha cair na fria de pagar para o que não lhe interessa divulgar. Um absurdo. Se assim fosse, não existiria justiça na terra.

Para que exista paz nas relações materiais do espírito, passemos a terrenos mais autônomos. Se o escritor nacional se ausenta do debate sobre a memória da ditadura nas aparições onde lhe pagam, onde o tema poderia causar no público um visível desconforto, e escritor, para a maioria no auditório, ou é um palhaço, ou um pop star ou um bibelô, passemos a outro campo. Passemos, mas de passagem imaginamos o desagradável que seria lembrar assassinatos, torturas e sua impunidade numa conversa educada. Imaginem a indelicadeza. Que assunto mais fora de tema, pois a concepção reinante de literatura se dirige mais para a excelência do criador que para o valor absoluto da realidade.

Passemos ao terreno mais pessoal, de conversas, de mensagens pessoais, de manifestações de escritores entre amigos. O desencanto é grande. Causa espanto a capacidade que têm os nossos romancistas, poetas, de se ausentar da vida brasileira. A maioria de todos, digamos maioria assim, para ressalvar as exceções, estão metidos na viagem e divulgação da própria criação. Pouco se lhes dá que não só os séculos, mas o presente histórico, aquele que vai além deste minuto, lhes solte gargalhadas quanto à maravilha de suas crias. Aquela mesma gargalhada que um dia Balzac soltou, em um jantar entre seus pares, ao ouvir de um deles “nós, criadores...”. O magnífico Balzac não se aguentou:

- Nós, criadores?!

E a gargalhada soou da altura de A Comédia Humana. Assim, para os nossos criadores, pouco se lhes dá agora o riso de Balzac dos séculos. Importa mais estar na onda, numa feliz adaptação do funk, “sou feio, mas estou na moda”. Ora, quando falamos da sua ausência da vida brasileira, como se isso fosse uma qualidade extraliterária, e, acreditem, não o é (perdoem essa construção), queremos dizer: os nossos escritores se ausentam de tudo que não diga respeito à sua extraordinária pessoa. Eles não refletem como agentes sociais, como pessoas que são chamadas à liça, como homens que sentem na própria pele a dor de um semelhante. Perdão, dor de um longinquamente parecido. Mas se assim é no geral, no particular exibem uma descrença – ou ignorância – que chega à raia do absoluto em termos políticos. Aderem fácil, fácil a qualquer onda de descrença em um governo ou pessoa ou idéias de esquerda. Mas isso, essa derrocada, para eles tem o nome de ironia, pose de mais altos estudos e vivências pós-muro de Berlim.

A esta altura sinto – mas não “sinto muito” – que o título do texto deu lugar a uma crítica negativa. Em outra oportunidade, espero sobressair mais o lugar do escritor do Brasil com os exemplos mais eloquentes de Lima Barreto, Joaquim Nabuco, Drummond, Machado de Assis, Graciliano Ramos... Agora, prefiro constatar que todos escritores temos uma arma, que está empoeirada sem uso: o nosso talento e sensibilidade para o que os generais e os príncipes jamais ousarão. Pois jamais os poderosos conseguirão algo que remoto lembre um Dom Quixote, um Rosa do Povo, um levante de consciências de levar os nazistas à queima de livros, a ponto de um general de Franco gritar “Morte à Inteligência”.

No entanto agora, neste minuto, neste presente, a literatura, a poesia do futuro, vem sendo construída à margem dos escritores. Logo, logo, esperamos, ela tomará o seu lugar, o lugar dela, que é seu por todos os direitos. Não por ora, que estamos cegos e distantes desta notícia:

“Maria Auxiliadora Lara Barcellos atirou-se nos trilhos de um trem na estação de metrô Charlottenburg, em Berlim… tinha sido presa sete anos antes, em 1969, no Brasil. Nunca mais conseguiu se recuperar plenamente das profundas marcas psíquicas deixadas pelas sevícias e violências de todo tipo a que foi submetida. Durante o exílio, registrou num texto… ‘Foram intermináveis dias de Sodoma. Me pisaram, cuspiram, me despedaçaram em mil cacos. Me violentaram nos cantos mais íntimos. Foi um tempo sem sorrisos. Um tempo de esgares, de gritos sufocados, de grito no escuro…’”

Por enquanto, essa breve tragédia ainda não fura a espessa couraça de nossos literatos. É só uma nota na tela.

David Harvey: “O capital não resolve as crises”

Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada no domingo (26), o geógrafo David Harvey que participa de debates em São Paulo e no Rio para o lançamento de seu livro "O Enigma do Capital" fala sobre a crise econômica mundial e a ineficácia das medidas de arrocho adotadas por países como a Grécia para tentar superá-la. “Quem está perdendo até agora é o povo. Há uma transferência de riqueza do povo para os bancos”, afirma.

Professor de antropologia da Universidade da Cidade de Nova York, ele fala da ascensão do pensamento de direita e espera a emergência mais sólida de movimentos contra a desigualdade. Ele defende a saída da Grécia do euro e que o país declare moratória.

Apesar de não compartilhar de todas as opiniões emitidas por Harvey, o Portal Vermelho publica o texto na íntegra, acreditando que algumas de suas opiniões são úteis ao debate de ideias.

Folha: Como você analisa a crise atual?David Harvey: As crises não são acidentes, mas fundamentais para o funcionamento do sistema. O capital não resolve as crises, mas as move de um lugar para o outro. Elas mudam geograficamente. Muda também a parte da economia que a crise atinge.

Folha: Que mudanças ocorrerão?David Harvey: China e emergentes, como Brasil, têm se saído bem. América do Norte e Europa não vão bem. Ninguém sabe quanto tempo essa situação vai perdurar. Minha hipótese é que a China está além do limite e terá problemas difíceis em breve, o que significa que a crise pode se mover da América do Norte para a China. Lá há superprodução, superinvestimento e vai começar a haver pressões fortes de inflação.

Folha: A Grécia virou um protetorado das finanças depois desse acordo?David Harvey: Não parece que esse acordo possa ser implantado. A Grécia terá que declarar moratória e deixar o euro. Sair do euro pode ser traumático no curto prazo. A Argentina decretou moratória e voltou mais forte. É preciso sair do euro para fazer o que a Argentina fez: desvalorizar a moeda, o que tornaria a Grécia facilmente competitiva nos mercados internacionais.

Folha: Qual o impacto dessa crise na política?David Harvey: A visão da direita é muito nacionalista. Há a emergência do nacionalismo não só na Grécia, mas em outras partes, o que pode se mover para ditaduras. A saída da esquerda é muito mais voltada para a tentativa de reavivar a economia através de projetos sociais, o que não é possível com o pagamento dessa enorme dívida.

Folha: A direita quer a ditadura?
David Harvey: Eles não vão dizer isso, mas é a única maneira que terão de estabelecer a alternativa deles. Tudo vai depender do balanço das forças que existem no país.

Folha: Quem vai ganhar e quem vai perder?

David Harvey: Quem esta perdendo até agora é o povo. Há uma transferência de riqueza do povo para os bancos. O povo está nas ruas em muitos países, inclusive nos EUA, contra a maneira pela qual os governos estão favorecendo os bancos, não o povo.

Folha: Nos seus livros você diz que o capitalismo provoca concentração de renda. Essa crise aumentará as diferenças entre ricos e pobres?David Harvey: A qualidade cresce numa crise, não decresce. Nos EUA os dados mostram que a desigualdade cresceu de forma notável nos últimos três ou quatro anos, no curso dessa crise. Não é apenas desigualdade de renda que cresce, mas a desigualdade de poder político. Desigualdade política segue desigualdade de renda e se tem um círculo vicioso.

O aumento da desigualdade social é desestabilizador para os mercados; há um limite econômico para a desigualdade. Mas também há um limite político. Vivemos hoje movimentos contra os níveis de desigualdade social que existem em todo o mundo.

Folha: Mas a direita cresce como vemos na Espanha, em Portugal, na Finlândia, não é?David Harvey: Sim. O curioso é que não é só a direita que está crescendo, mas um movimento nacionalista que também existe na esquerda. Diz que o grande problema que temos é a economia global na qual as grandes corporações e a classe capitalista levam vantagens.

Uma das respostas políticas é tentar cortar as ligações entre a globalização e os mercados globais e tentar sair com um programa de autonomia local e de autodeterminação local — uma demanda que está na esquerda e na direita. É parte das respostas à desigualdade social tremenda que foi em parte produzida pelos mercados livres e pelo livre comércio mundial.

Folha: O nacionalismo vai crescer não importa a coloração política?David Harvey: É preciso distinguir entre movimentos por autonomia local ou regional ou autonomia nacional. Esses movimentos ficarão muito fortes. Se vão se tornar totalmente nacionais é uma pergunta em aberto. Há uma versão de direita dessa autonomia local e uma versão de esquerda. No início a antiglobalização era um dos slogans da esquerda.

Folha: Isso pode levar o mundo no rumo de uma guerra?
David Harvey: Gerará mais tensões. Podemos ver conflitos militares regionais. Há muitas tensões políticas regionais no mundo hoje que podem eclodir como conflitos militares. A possibilidade de conflitos é forte em áreas como o Oriente médio.

Mas não há hipótese de uma guerra mundial.

Vejo conflitos locais, não o tipo de guerra que tivemos nos anos 1940. Por exemplo, o Brasil tem uma versão disso nos conflitos nas favelas do Rio de Janeiro. Historicamente o nacionalismo leva a lutas políticas entre Estados-Nações. Os conflitos serão locais e localizados nas cidades. Vejo um novo tipo de conflito político que é o conflito para ver quem controla a cidade.

Folha: Qual sua previsão para as eleições neste ano nos EUA, na França e no México?David Harvey: É extremamente imprevisível. Não temos ideia para onde o processo político vai se mover. É como a Bolsa _não se sabe quando vai para o alto ou para baixo. Politicamente não se sabe se vai para a direita ou para a esquerda. Em todos esses casos é difícil prever.

Folha: Mesmo no caso dos EUA? Obama não vai vencer?
David Harvey: Não tenho certeza disso. Não creio que as pessoas saibam o que fazer para enfrentar a crise. Dizem qualquer coisa para tentar se eleger. Há uma falta de idéias de como lidar com essa situação de crise.

Folha: E o que deve ser feito para enfrentar a crise?
David Harvey: É preciso que haja um movimento político que enfrente a questão sobre o que deve ser o futuro do capital. Não vejo nenhum movimento fazendo isso de forma coerente. É isso que tento estimular com os meus escritos e as minhas falas.

Folha: E o que você defende?
David Harvey: Há dois elementos cruciais. Primeiro, acredito que os trabalhadores precisam ter o controle do seu processo produtivo. Trabalhadores deveriam se auto-organizar em fábricas, locais de trabalho, nas cidades.

A ideia é que associação de trabalhadores possa regular a sua própria produção e as tomadas de decisão. A segunda parte é que as associações de trabalhadores precisam coordenar suas atividades entre si para definir o que cada um deve produzir. Isso requer um mecanismo de coordenação, o que é diferente dos mercados. Isso requer uma espécie de organização racional para a tomada de decisões sociais, divisões de trabalho. Como organizar isso é uma grande questão.

Folha: Isso não é uma tarefa do Estado?David Harvey: Historicamente o Estado tem que fazer isso, mas muitas pessoas não confiam no Estado. E há boas razões para não confiar no Estado. É preciso pensar numa forma alternativa de coordenação e organização.

Folha: Isso porque a experiência de controle do Estado não foi muito boa na antiga URSS e em outros países?
David Harvey: Isso não é inteiramente verdade. Muitas coisas correram bem mesmo na URSS. A China tem uma boa direção central para a economia e vai muito bem em termos de desenvolvimento. É interessante notar que no capitalismo a Coreia do Sul e Taiwan, que tem mecanismos de planejamento centralizado muito fortes, estão bem. Não é verdade que o planejamento central não funciona.

Folha: Então por que você não acha que o Estado seria o instrumento para organizar a economia?
David Harvey: É preciso alguma coisa como o Estado. Mas o Estado contemporâneo é muito corrupto na maior parte do mundo. Segundo, ele foi desenhado essencialmente para benefício do capital, não em benefício do povo. É preciso redesenhá-lo de forma completamente nova.

Folha: No seu livro "O Enigma do Capital" (2010) o sr. propõe a criação de um "partido da indignação" contra um "partido de Wall Street". Qual a situação da sua proposta? O que pode ser mudado pelas pessoas que protestam nas ruas?David Harvey: Há muitas diferenças entre os movimentos pelo mundo em termos da sua força e dos seus objetivos. No Chile o movimento é muito forte e concentrado nos estudantes. Nos EUA o movimento Occupy é pequeno e fragmentado e não está maduro em termos de força política. Nos próximos seis meses isso poderá ser mudado e teremos a chance de ver uma forma diferente de política emergindo nos EUA, baseado no movimento Occupy.

Folha: Você pode explicar melhor?David Harvey: Temos um sério problema de democracia e o movimento Occupy está preocupado com uma forma democrática alternativa democrática de tomada de decisões. Há dificuldade de transformar a noção de uma assembleia numa escala nacional. Deverá ocorrer uma convenção dos movimentos Occupy nas cidades americanas no verão.

Folha: Esse movimento poderá ser usado pelos democratas nas eleições?David Harvey: Sim. Os democratas têm o problema interessante: como usar o movimento Occupy sem chegar muito perto, porque seria muito radical.

Folha: No seu livro "O Novo Imperialismo" (2003) você fala da questão da hegemonia norte-americana. Também diz que o consumismo é a regra de ouro da paz americana. Como vê essa questão hoje, quando o consumismo está abalado pela crise? Como o imperialismo se expressa hoje?David Harvey: A questão do imperialismo não pode ser muito conectada com a da hegemonia. Não é certo dizer que os EUA são hoje o único poder imperial. Há muitos diferentes poderes que estão exercitando um papel hegemônico, às vezes em regiões.

Um exemplo é o Brasil, que é muito poderoso e hegemônico na América do Sul. Isso significa que o Brasil é imperialista? Há alguns sinais que põem ser conectados dessa forma, de ter políticas imperialistas. Mas prefiro chamar de exercício de hegemonia. A questão é de como essa hegemonia se exercita.

Folha: O consumismo é ainda a chave de outro para a paz social nos EUA?David Harvey: Austeridade reduz o padrão de vida e o consumo cai. Há um problema real de demanda no mercado. Por causa disso a produção não cresce. E porque a produção não cresce o emprego não cresce e o desemprego aumenta. O que a austeridade faz é tornar as coisas ainda piores.

Há muitas evidências disso na crise de 1930. As políticas da austeridade naquele período foram um desastre. Mas EUA e na Europa estão engajados na política da austeridade e isso está perpetuando a crise. Mas há uma lógica por trás na perpetuação da crise: as pessoas poderosas e influentes se beneficiam da crise.

Os ricos estão indo muito bem na crise. Portanto, perpetuar a crise é uma forma de perpetuar seu crescente poder e sua crescente riqueza. Dessa perspectiva de classe a crise não é nada ruim. De um ponto de vista racional de organização da economia capitalista, austeridade é simplesmente maluco.

Folha: No seu livro "The Limits to Capital" (1982) você descreve a dinâmica e as contradições do capital. Como analisa isso hoje? O poder das finanças vai crescer com a crise?David Harvey: Sim. O capital financeiro é hoje importante como nunca foi. A medida geral de como uma economia está se recuperando ou não é muito dada pelo valor dos bancos e de como eles estão se saindo. A recuperação financeira é absolutamente crucial, o que significa fornecer mais ativos para o setor bancário.

Folha: Há limites para o capital?
David Harvey: Um dos comentários interessante que Karl Marx fez sobre o dinheiro é que ele pode aumentar sem limites. Então quando é preciso mais dinheiro o Fed aparece com um trilhão de dólares e joga no mercado. Portanto não há limite para a capacidade de criar o poder do dinheiro. Há limites em muitas outras áreas: recursos naturais, produção de commodities etc. Mas não há limite para o dinheiro, o que significa que não há limite para o poder do capital financeiro.

Folha: Qual sua visão do Brasil e do governo de Dilma Rousseff?David Harvey: É um país muito dinâmico e tem havido algumas tentativas — com Lula e acho que continuadas por Dilma — para atacar as questões de desigualdade. Mas há um longo caminho pela frente. De um lado há essa política de tentar aliviar a desigualdade. De outro há a política de repressão, de ocupação e militarização das favelas.

Folha: Em "O Novo Imperialismo" você diz que a privatização é o braço armado da acumulação por espoliação. O Brasil recentemente privatizou aeroportos. O que pensa disso?David Harvey: Depende das condições da privatização. Em geral, patrimônio público dado ao setor privado de alguma forma beneficia o setor privado. Não obter o valor real desse patrimônio para o domínio público, abrir mão de um patrimônio comum por uma quantia muito baixa faz os capitalistas acumularem valor com base nisso. De certa forma é um presente ao capital.

Folha: E sobre o processo no Brasil?
David Harvey: A privatização depende muito da condição, da forma de fazer. Na maior parte do mundo o movimento pela privatização ocorreu em áreas como fornecimento de água, eletricidade, aeroportos. Para mim é apenas uma forma de apoiar o capital provendo novas formas de o capital obter mais lucros.

Para o governo é a única forma de ampliar aeroportos a tempo da Copa.

Quando se tem um Estado que é muito burocrático e corrupto talvez seja melhor transferir para o setor privado.

Folha: Como marxista como explica que o neoliberalismo continue sendo dominante, mesmo após a crise?David Harvey: Há sinais de mudança. Sinais de um pensamento progressivo. Mesmo os círculos conservadores começam a ver que não podemos mais continuar do mesmo jeito. Há maior interesse pelas ideias sociais, por Marx. Mas há um longo caminho pela frente.

É uma questão de quem tem o poder de produzir e controlar o discurso dominante, a academia, a mídia. A mídia nos EUA nunca publica [temas marxistas] porque considera antipatriótica a linha marxista. Então há muita repressão a essas idéias. Na Europa é diferente.

Folha: As ideias sobre igualdade não são vistas como utópicas?
David Harvey: Pode ser. Mas mesmo o pensamento dominante está começando a reconhecer que o nível de desigualdade que hoje existe não pode ser sustentado, que alguma coisa precisa ser feita para mudar. Mesmo os muito ricos, como Warren Buffet, reconhecem que a desigualdade foi longe de mais. É o início de uma mudança na opinião dominante.

Folha: Como você avalia a posição do Brasil no mundo?
David Harvey: O Brasil exerce muita influência no mundo. Na América Latina em geral houve uma experiência de neoliberalismo e um descontentamento geral. Há mais abertura na América Latina para as mudanças progressistas do que em outras partes do mundo. O que acontece aqui é muito excitante, mas é muito diferente de país para país. Há Hugo Chávez, o movimento no Chile, Evo Morales. Há um movimento geral na direção de desenvolver uma via alternativa, na qual o capital funciona mais preocupado com justiça.

Folha: O que você de Chávez?
David Harvey: Não sou muito fã. Acho que é muito autoritário e personalista. Mas muitas coisas progressistas acontecem na Venezuela, muitas estão acontecendo na Bolívia.

Folha: E na Argentina?David Harvey: Perón é um fenômeno complicado. E Kirchner é parte disso. Mas não se vê o discurso de austeridade. Os EUA estão dominados por esse discurso bobo sobre austeridade.

Folha: E qual o resultado disso?David Harvey: O futuro da América Latina caminha para um poder regional. Não é que a América Latina tenha se tornado anticapitalista, mas busca uma forma diferente de operar o capitalismo, mais preocupada com o social. Kirchner, por exemplo, está investindo em educação, ciência e tecnologia de uma forma que não acontecia no passado. E é muito positivo.

Folha: Você está otimista?
David Harvey: Sou otimista no sentido de que acredito que as pessoas em algum ponto vão reconhecer que há limites sérios sobre como o capitalismo pode funcionar e que é preciso considerar alternativas de modo de vida. Otimista no sentido de que há um senso de justiça e equidade por aí que deve ser capitalizado politicamente.

E há a emergência de movimentos sociais que começam a dizer "basta" e que precisamos reconstruir o mundo com um novo modelo social de como se viver. De outro lado, a volatividade de hoje é tão grande que as pessoas podem tomar direções malucas no lugar de sensíveis. É possível ver isso politicamente em muitos países europeus e nos EUA também.

Folha: E para onde isso pode levar?David Harvey: Autoritarismos de vários tipos e sérias rupturas na economia. Isso já está prolongando a crise por razões desnecessárias, por causa da ideologia neoliberal da austeridade.

Folha: O poder nos EUA vai diminuir no século 21?
David Harvey: Não há dúvida de que os EUA continuarão a ser um poder significativo para o mundo, mas não da forma que foi nos anos 1970 e 1980. Haverá poderes hegemônicos regionais. O Brasil será um deles. China, Índia, Alemanha serão outros. Esses poderes regionais competirão entre si e os EUA serão um desses hegemônicos regionais.

Folha: Qual o seu projeto profissional hoje?David Harvey: Acabei de lançar "Rebel Cities", que trata de movimentos revolucionários urbanos. Fiz uma campanha sobre o 1º volume de "O Capital" e agora estou trabalhando no 2º volume e partes do 3º. Pretendo transformar esses textos mais compreensíveis para estudantes e outras pessoas que tentam entender do que Marx tratava. Estou muito contente. Entre os alunos há pessoas do movimento social. Fiquei muito impressionado com a resposta.

Recebi o email de um sindicalista de 79 anos que me disse que esteve toda a sua vida na política e que sempre quis ler "O Capital". Agora que está aposentado, com o meu curso, finalmente conseguiu.


Por Eleonora de Lucena, na Folha de S.Paulo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ELEIÇÕES DO SIMEPE: Apoio Chapa 2!!

Caro colega,

Vimos até você para informar da eleição no nosso sindicato. Você sabia que teremos eleição este ano? Que após várias gestões com chapa única, a eleição terá disputa? Que o colega Antonio Jordão voltará a encabeçar uma das chapas?

Pois é, apesar da atual diretoria, majoritariamente, ter optado pela baixa divulgação, como a passar o processo despercebido, fazemos a opção inversa: a de divulgar, discutir, tornar-la o mais democrática possível. Não temos medo do debate, afinal, é o destino da nossa entidade que está em jogo.

Consequentemente, os interesses de todos os médicos.

Notícias do atual processo eleitoral:

1) A assembléia (AGE) para eleição da comissão eleitoral que comandará o pleito foi antecipada: nas duas últimas eleições as datas foram: 29 de janeiro; e 01 de fevereiro. Este ano foi 23 de janeiro.

2) A AGE foi convocada numa sexta-feira para ser realizada na segunda-feira seguinte às 12 horas (próximo dia útil seguinte). Publicação no jornal Folha de Pernambuco. Fato gritante: a desculpa por “economia aos cofres do Simepe”. Acreditam?! Só que a propaganda do Simepe é feita numa enorme coluna colorida do Jornal do Comércio, e os assuntos da eleição são publicados na Folha. Além disso, os assuntos que são do interesse do atual grupo diretor são sobejamente divulgados em boletins eletrônicos – que são gratuitos. Mas sobre as eleições, NENHUMA NOTA no email dos médicos.

3) Propaganda pré-eleitoral às custas da máquina sindical: foi encaminhada às casas dos médicos, às vésperas do processo eleitoral, correspondência autopromocional.

4) A constituição da comissão eleitoral não foi consensual: recusaram o acordo, os três membros “eleitos” são todos ligados a atual diretoria. Essa comissão, por sua vez, não publicizou o regimento eleitoral.

5) Na última eleição, a votação foi no final da segunda quinzena. Nesta, está programada para primeira quinzena de março (14 e 15). Logo depois do carnaval!

6) No dia 20.01.12, Jordão, na condição de sócio e diretor do Simepe, solicitou ao funcionário responsável pelo sistema de associados a relação dos sócios por local de trabalho e município para orientarmos a construção de nossa chapa. O funcionário respondeu que encaminhou a solicitação à diretoria – e até hoje, 04. 02.12, nada de resposta. E já estamos com o prazo de inscrição de chapas aberto e na metade.

7) Pedimos o acompanhamento do Ministério Público Federal do Trabalho de todo o processo, como uma maneira de assegurar a lisura do pleito.

8) Pedimos à Justiça a anulação da assembléia que elegeu a comissão eleitoral. A liminar foi negada, e recorremos. Estamos no aguardo da decisão judicial, mas já tomamos a nossa de denunciar toda e qualquer forma de subtração à democracia, manobra ou casuísmo que restrinja o direito do médico de participar ativamente da eleição e do destino de sua entidade.

9) No interior, pessoas procuraram dar a entender aos colegas que a eleição seria de chapa única. Não mencionaram que haveria disputa, que Jordão encabeçaria uma das chapas e, até, que Jordão teria se afastado do movimento médico e seria candidato a prefeito em uma cidade do interior. Qual a explicação para tais condutas?

10) A inscrição de chapas vai até o dia 10.02.12. Informamos a você que seremos candidatos à diretoria do Simepe, na condição de Oposição. E queremos contar com você, apoiando e participando de nossa chapa. Ainda é tempo. Aguardamos você. JUNTE-SE A NÓS!

Movimento Coerência, Independência e Dignidade Médica

Visite o nosso blog: http://cid12.wordpress.com . Interaja!!
Coordenação:

Antonio Jordão (99045209)
Tilma Belfort (97742937)
José Brasiliense (92476461)
Fernando Vasconcelos (96722885)
Luís Sabino (91762221)
Renê Patriota (92975835)
ELE TÁ VOLTANDO!

Privatizaram sua vida: Sistema Único de Saúde.

Quero iniciar com o início da poesia de B. Bretch, PRIVATIZADO, onde ele diz, privatizaram sua vida, (...). O Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado com o objetivo de melhorar a saúde pública, através da Constituição de 88, no entanto o SUS vem perdendo sua característica de saúde publica já que vem adquirindo características privadas. Isso pode ser explicado pelo grande avanço do mercado privado e pelo sistema de globalização.

O mercado privado, sustentado no taylorismo e fordismo, vem aumentando seu espaço através do sistema capitalista pelo neoliberalismo. Enquanto que o taylorismo defende a produção em tempo hábil, o fordismo defende a divisão do trabalho. Todos esses juntos são essenciais para o sistema capitalista. Como tudo o que existe no capitalismo é lucro, o SUS não é diferente. O sistema privado enfraquece nosso sistema público. P. ex, enquanto no sistema privado existem várias gerencias para fiscalizar os vários trabalhadores, o público é sempre visto como incompetente. Nesse aspecto o SUS é visto como retrogrado e seu artigo que é mais valorizado é o do sistema complementar de saúde, ou seja, os “hospitais filantrópicos”. Mas para quem acha que tais Hospitais agem de boa fé, ENGANA-SE, o que acontece são jogos de interesses, essas filantropias aproveitam o SUS para ampliar seus mercados, como se é visto nas diferenças de atendimentos desses enquanto SUS e enquanto Sistema Suplementar de Saúde (SSS), isso leva os usuários a optar pelo SSS e não mais pelo SUS.

O enfraquecimento do SUS pela Globalização pode ser visto pelo enfraquecimento de nossa Regionalização, já que o SUS mantém as características regionais enquanto sistema. Enquanto se privilegia a implantação de novos mercados globais, se restringe a proteção de nosso mercado regional. Isso faz com que muitas de nossas empresas, inclusive as públicas, mantidas pelas características regionais, quebrem seus mercados. A globalização do SUS pode ser visto em alguns projetos de governos, como o famoso Home Care, ou seja, atendimento domiciliar, e também em sua ampliação nas compras de medicamentos e equipamentos importados.

Eu não acho que temos que ser sempre contra a globalização ou o sistema capitalista. Na práxis os dois andam juntos, o mercado capital muda suas faces a qualquer momento, uma vez ele está a favor do Populismo outra vez está a favor do Neoliberalismo. Sempre buscando uma forma de ampliar seus mercados e enfraquecer o sistema público. ESSA TÁTICA É BRILHANTE em sua organização. Aí penso, porque não trazer o Sistema Socialista coma mesma forma de estratégia, sempre buscando as mudanças? Eu acho que precisamos pensar uma forma adequada de sabermos fazer a Revolução, como os capitalistas. Eu como Comunista Marxista-Leninista, defendo uma estratégia mais dialética para o avanço do Socialismo. PORQUE NÃO DÁ MAIS PARA ESPERAR, PRECISAMOS AVANÇAR POR UM PODER POPULAR. Só nesse sistema vamos conseguir manter o SUS bem organizado e bem dinâmico, assim como em Cuba.

Já a Globalização, avança muito em nosso mercado nacional, mas quem comanda o mercado nacional não é o povo, eles produzem a mercadoria, nem sequer têm direito a metade dos lucros. A Globalização inovou muito nossos espaços, seria  ignorância só se opor. Mas defendo um sistema Regional acima do sistema Global, dessa forma vamos manter o SUS mais forte.
                                            william silva vieira

AÇÃO POPULAR PELA MANUTENÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO CTMO/HEMOPE

Mantida a vitória!

AMIGOS,

Trazemos a vocês a situação atual da AÇÃO POPULAR pela reabertura imediata do Centro de Transplante de Medula Óssea do Hemope (CTMO)

A Ação Popular trata-se de uma medida encaminhada pela Frente contra a Privatização na Saúde em Pernambuco, e é subscrita por pessoas físicas, neste caso Antonio Jordão, pela FrentePE, e Liliane Peritore, pela Associação dos Amigos do Transplante de Medula Óssea (ATMO)

A Ação Popular foi ingressada no início de dezembro de 2011, logo após o fechamento do CTMO/Hemope, e diante do malogro das mobilizações contra o seu fechamento.

O juiz da 1ª Vara Federal, Roberto Wanderley Nogueira, após ouvir o Governo de Pernambuco, o Imip e o Ministério da Saúde, qualificou o ato de fechamento do CTMO de ilegal e imoral, e decidiu pela reabertura imediata num prazo de trinta dias.

O governo do Estado recorreu duas vezes, mas perdeu.

Esta semana, o desembargador Lázaro Guimarães manteve a decisão pela reabertura do CTMO: “Tenho como relevantes os fundamentos do ato do magistrado de primeiro grau, na medida em que busca preservar um serviço público que vem funcionando com proveito para a população há vários anos”, justificou o desembargador relator.

Abaixo, um pequeno relato do advogado Mauro Feitosa:

“Prezados amigos,



Quando se está do lado do bem a ajuda de Deus sempre aparece. Dito isto quero lhes informar, com muita alegria, que o nosso pedido de reconsideração do despacho que suspendia a liminar mandando reabrir o CTMO foi acatado. Assim, A LIMINAR DA NOSSA AÇÃO POPULAR MANDANDO O ESTADO REABRIR O CTMO ESTÁ MAIS VÁLIDA DO QUE NUNCA!

Através da análise sumária do Regimento Interno do TRF, entendo, ao menos neste momento, que não há mais recursos possíveis ao Estado ou à União para questionar a nossa Liminar.

O que o Estado pode dizer é que não entendeu a determinação judicial e entrar com Embargos Declaratórios visando retardar o cumprimento. Mas, se o Estado assim agir, pedirei uma medida punitiva contra o Estado por litigância de má fé.

Informo também aos senhores que além da nossa Ação Popular continuar a todo vapor, se o Estado não cumprir a decisão de reabrir o CTMO no prazo determinado, entraremos com pedido de intervenção federal por descumprimento de ordem judicial.

Enfim, de qualquer forma o que importa agora é que estamos provando na justiça que o Governador está errado quando tenta tratar a vida humana como mercadoria, ou quando acha que pode decretar a morte de pessoas, só porque precisam do SUS. Ele usa a alegação de que está melhorando o Estado. O Estado de quem?

Assim, meus amigos, por mais romântica que esta frase possa parecer, lembremos que: o Estado é do povo e para o Povo! Não vivemos em regime feudal.

Um abraço a todos.

Mauro Feitosa.

Dados do Processo no TRF/5

Agravo de Instrumento nº 122366-PE ou 0001175-33.2012.4.05.0000 - Orgão Julgador: Quarta Turma, Presidência e Plenário.

Ação Originária: Ação Popular - Primeira Vara Federal de PE - Processo nº 0020334-25.2011.4.05.8300 “

Os documentos estão disponíveis em nosso blog: www.frentecontraprivatizacao.com.br

Não podemos perder a identidade. Nosso futuro depende das nossas ações, ou omissões, hoje.



A Coordenação


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dia 1º de Fevereiro: Dia da Edição do AI-6 e Dia da Imoralidade de Nossas Polícias

No dia 1º de fevereiro de 1969, pelo presidente Costa e Silva, foi editado o Ato Institucional Número Seis ou AI-6 e publicado no Diário Oficial em 3 de fevereiro de 1969. Sua edição foi para reduzir de 16 para 11 o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O ato estabeleceu também que os crimes contra a segurança nacional seriam julgados pela Justiça Militar e não pelo STF. Pode-se perguntar, o que os interesses na ditadura militar teve a haver com a imoralidade de nossa polícia? Simples, foi na ditadura que a polícia ganhou mais poder de repressão com o DOI-CODI e os interesses de ambos são os mesmos, a defesa do Sistema Capitalista. O primeiro apoiando os imperialistas norte-americanos e o segundo apoiando a burguesia nacional.
A ação da polícia, em Pernambuco nos protestos contra o aumento das passagens e em São Paulo contra os moradores de Pinheirinhos, tem se tornado um ato que vai além da falta de preparo e de competência.
Os interesses capitais fazem com que a polícia haja de uma forma a atender o interesse de uma minoria populacional. De um lado encontramos aqueles que se orgulham por vestir a farda, onde a valorização do trabalho passa a ser importante não percebendo quem está manipulando sua profissão. Do outro existe aqueles “corruptos”, que sabendo dos interesses dos capitalistas age de forma a atingir a “meritocracia” e subir de hierarquia.

É comum vê um negro sendo espancado na sociedade, onde a própria polícia o criminaliza. Quem diga o acontecido na USP. Mas para a polícia isso é manter a “ordem”, para nós isso é vandalismo e despreparo profissional. Muitas vezes esses atos são aprovados por políticos e ocultados pelas nossas mídias. Vamos citar o trecho da reportagem o Globo que diz, “O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, informou por meio de sua assessoria de imprensa que considera legítima a ação da Polícia Militar na desapropriação da área do Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no interior paulista, neste domingo (22). A informação é da rádio CBN”. Isso mostra como o próprio governador está desinteressado em saber de seu povo, legitimando atos de crueldade, e a mídia sempre ocultando os fatos.

Sempre acho que para manter um mundo igual, não é preciso ter uma Democracia só pelo voto, mas pela participação popular, onde ela possa intervir diretamente sobre seus direitos e dessa forma não precise fazer uso da polícia para “espancar” estudantes ou moradores de subúrbio, mas para que isso venha a acontecer é preciso acreditar num Estado forte com valorização da Educação, Saúde etc e sem interesses privados, mas em interesses coletivos.


   william silva vieira

Parlamento equatoriano condena assassinato de Che Guevara

        
Escrito por Erica Soares
miércoles, 01 de febrero de 2012
Imagen activa
"Che" Guevara

01 de febrero de 2012, 12:33Quito, 1 fev (Prensa Latina) A Assembleia Nacional do Equador aprovou uma resolução de condenação do assassinato do legendário guerrilheiro argentino-cubano Ernesto Che Guevara, ocorrido há 44 anos, publica hoje o site digital do órgão legislativo.

No texto, apresentado pelo deputado Tomás Zeballo, pede-se à comunidade internacional prudência e respeito às liberdades, para que não se repitam feitos como este, que é qualificado como "contrário a todos os convênios vigentes".

"Seu pensamento nunca poderão matar e se encontra vigente não só na juventude, senão em todos os povos latino-americanos", assinala a resolução aprovada em Quito.

Na argumentação do projeto submetido à votação na Assembleia Nacional equatoriana se exalta o pensamento revolucionário de Che Guevara e se assegura que sua morte é um crime de lesa humanidade.

Fonte: Prensa Latina

América Latina exigirá ação mundial para proteger o planeta

O Fórum de ministros da América Latina e Caribe exigirá do mundo um olhar de longo prazo e ações para proteger o planeta, afirmou a ministra equatoriana de Patrimônio, María Fernanda Espinosa.


Em entrevista à Prensa Latina, Espinosa confirmou a presença de 20 ministros e delegações de 32 países no 18º Fórum Regional de Meio Ambiente que se realizará em Quito, antes da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em 5 de fevereiro, em Caracas.

Esperamos, disse, ter como resultado uma Declaração de Quito, com duas ou três ideias fortes que sejam incluídas na manifestação dos mandatários da Celac, e o conteúdo suficiente para servir de plataforma para a próxima Cúpula Rio+20 no Brasil.

“Os tempos ecológicos são diferentes aos tempos políticos, a crise ecológica é longa duração e a responsabilidade política de um ou outro governo é bem mais curta que o que significaria um compromisso político de longo prazo”, disse.

“Agora”, comentou, “os Estados Unidos estão empenhados em responder à crise fiscal de endividamento a todo custo e ajusta sua economia com a precarização do emprego, retrocesso da segurança social e flexibilização das normas ambientais”.

“Isso”, afirmou a servidora pública, “porque não há um olhar de longo prazo que é o que estamos exigindo para proteger o planeta”.

Posição privilegiada

Ela classificou como vantajoso o fato de a maior parte dos países da América Latina ter essa consciência. Sendo assim, a realização da Cúpula Rio+20 nesta região não seria coincidência.

“A América Latina tem muito que dizer”, enfatizou Espinosa, “porque somos uma das regiões mais ricas em recursos naturais do planeta, crescemos economicamente e devemos garantir a diminuição dos custos ambientais”.

“Sabemos”, esclareceu, “que a única maneira de garantir a continuidade da vida e da sociedade no planeta é através de uma contração do consumo das elites em nível mundial e que se requer uma profunda reengenharia produtiva com tecnologias não contaminantes”.

Fonte: Prensa Latina

Renato Rabelo: O (claro) recado de Dilma em Cuba

Deu-se mal quem esperava uma postura pequena, mesquinha e subalterna. Jornalistas e acadêmicos de aluguel povoaram os canais de televisão e os jornais do oligopólio midiático. E a feitiço virou-se contra o feiticeiro. O recado da presidente Dilma Rousseff em Cuba não poderia ser mais claro no sentido de primeiro olharmos para o nosso próprio umbigo antes de jogar a primeira pedra.

Por Renato Rabelo, em seu blog


Mais prudente verificar que existe sim, em território cubano, sevícias contra os “direitos humanos” na base de Guantânamo. Em outras palavras, “direitos humanos” são um assunto e compromisso de todos os países e não armas a serem usadas ideologicamente. "Direitos humanos" pressupõem ampla independência e soberania nacional. Do contrário, não existe possibilidade de proteção e ampliação de direitos básicos, dentre eles o direito ao desenvolvimento.

A diplomacia brasileira, com visão estratégica, seguiu passos concretos no sentido de ajudar o país-irmão a seguir adiante. A condenação ao bloqueio foi seguida pela assinatura de contratos: abertura de créditos de US$ 400 milhões para compra de alimentos; contratos estratégicos na área de biotecnologia e empenho de R$ 640 milhões no maior porto do Caribe. O porto de Mariel.

Além da postura de estadista e levar às últimas consequências a necessária presença brasileira na América Latina, outros pontos merecem destaque nesta visita de Dilma. A primeira, na consolidação de uma política externa independente e proativa, alavancada nos dois governos de Lula. O outro ponto, de caráter estratégico, está na efetivação de instrumentos cruciais de planejamento de nosso comércio externo via financiamento de importações e exportações com empréstimos de longo prazo a países de nosso entorno regional.

Parabéns ao Brasil. Parabéns à nossa independência. Independência esta cada vez mais a serviço de países irmãos. E Cuba é um caso especial neste sentido.

PCdoB indica Luciana Santos para liderança da bancada na Câmara

A deputada federal Luciana Santos foi escolhida na última sexta-feira (27) pela Comissão Política Nacional do PCdoB como a nova líder da bancada comunista na Câmara dos Deputados. A decisão deverá ser oficializada nos próximos dias em reunião da bancada.


Deputada federal por Pernambuco, Luciana Santos, também é vice-presidente nacional do PCdoB. Esteve à frente da Prefeitura de Olinda (PE) por dois mandatos consecutivos e também exerceu o cargo de deputada estadual.

A indicação de Luciana para a liderança na Câmara foi baseada na ampla experiência, na habilidade no trato político com aliados e adversários e na capacidade de Luciana de unir e compor alianças. “Nossa determinação e decisão política é caminhar junto com alguns partidos com os quais temos mais afinidade ideológica. Esse é um caminho que vimos percorrendo há certo tempo. Somos da base do governo e acima de tudo somos aliados da presidente Dilma Rousseff”.

A parlamentar explica que desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PCdoB tem se empenhado na composição de alianças como forma de defesa de algumas proposições mais avançadas e debatidas com o núcleo de base. “Essa é uma experiência que consideramos positiva e que acreditamos que deve ser desenvolvida. É muito importante essa articulação com alguns outros partidos da base na perspectiva de contribuirmos com o governo de acordo com os fatos políticos de cada época”.

Luciana lembra que entre as prioridades da bancada comunista em 2012 na Câmara estão o Projeto Nacional de Desenvolvimento, o Código Florestal, os vetos da presidente à Emenda 29 e a distribuição dos Royalties do Petróleo. “Queremos de alguma forma estabelecer diálogos e debates com nossos aliados mais próximos para que essas agendas vinguem. Temos ainda a pauta da Reforma Política que ainda está sendo analisada nas comissões”.


Fonte: Vermelho