A
Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), principal
entidade representativa dos professores de instituições federais de
ensino, divulgou hoje (26) comunicado oficial rejeitando a nova proposta
do Ministério do Planejamento.
De acordo com o sindicato, o texto foi
encaminhado às universidades de todo o país, a fim de embasar
assembleias que acontecerão entre hoje e segunda-feira (30). Nos
encontros, será votado o posicionamento de cada instituição sobre o fim
ou continuidade da greve dos docentes, que já dura 71 dias.
O comando nacional de greve da Andes
reuniu-se ontem ainda pela manhã para debater a proposta do governo, e
as discussões se estenderam até a madrugada de hoje. O documento afirma
que as alterações nos percentuais de aumento apresentadas pelo
Planejamento “foram dirigidas às situações que demonstravam maior perda
de valor real até 2015″, mas que, mesmo assim, “a maioria dos docentes
terá valor real reduzido nos seus salários”.
O texto alega ainda que questões
consideradas importantes pelos docentes, tais como a estruturação e a
progressão de carreira; a gratificação por projetos institucionais e
atividade de preceptoria; e os critérios para promoção de professores
foram jogadas para frente, ficando sob a dependência da criação de
grupos de trabalho.
Para a Andes, isso evidencia “o esforço
do governo para retirar os pontos polêmicos da mesa de negociações
durante a greve, avocando a si, no futuro, a discricionariedade para
tomar as decisões”.
Marinalva Oliveira, presidenta da Andes,
afirma que os percentuais de reajuste apresentados pelo governo – de
25% a 40%, segundo a nova proposta – aparentam ser elevados, mas têm
como referência o mês de julho de 2010. “Além disso, a proposta é
parcelada em três anos. Se considerada a inflação do período, esses
reajustes não cobrem”, disse.
A Federação de Sindicatos de Professores
de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), sindicato que
representa parcela menor da categoria dos docentes, decidiu apoiar a
proposta governamental e recomendar o encerramento da greve. A Agência
Brasil tentou contato com membros da diretoria da entidade, mas não
houve retorno até o fechamento desta matéria.