As relações de sexualidade vêm sendo acompanhadas por desejos sexuais. Mas para isso é preciso construir uma relação amorosa com quem ama. “Para amar é preciso ser, mas para ser é preciso, antes de tudo, amar: pois quem não ama é um simples fantasma” (V. Jankélévitch). Segundo Aristófanes, no diálogo de Platão O banquete, os seres eram duplos e esféricos e tinham três sexos, um constituído por duas metades homens, outro por duas metades mulheres e o último, chamado andrógino, por uma metade mulher e outra metade homem. Por castigo de Zeus houve a separação das partes e o amor recíproco nasce da tentativa de restaurar as unidades primitivas. O mito significa o anseio do homem por uma totalidade do ser, aperfeiçoando o eu.
A sexualidade é parte integrante do ser total cuja intencionalidade segue o movimento geral da existência e não deve ser vista somente como forma biológica. Ela é expressão do ser que deseja, que ama, que escolhe, que se comunica com o mundo e com o outro. É uma “linguagem” que será tanto mais humana quanto mais pessoal for.
Com a intenção de ampliar seu mercado fortalecendo seu consumo, muitas empresas optaram explorar a sexualidade humana. P. ex, belos homens e belas mulheres em propagandas nas redes de comunicação, assim como em revistas “Playboy” ou vídeos pornográficos.
O puritanismo e o libertinismo sempre viam o sexo separado da totalidade da existência. O puritanismo cria a imagem do ser que nega a realidade dos próprios impulsos eróticos porque os considera aviltantes. Já o libertinismo não só aceita esses impulsos como a torna a única “mola” de suas ações. Todos os dois procuram deformar a sexualidade, o primeiro porque pretende anular o sexo e o segundo porque o separa de sua totalidade da experiência.
O PLC 122 é um projeto que visa à proteção do homossexual através de “leis ordinárias”. No entanto, o projeto encontra algumas resistências, dentre eles a bancada religiosa. Segundo estes, o projeto não visa combater a violência contra os homossexuais e sim limitar a liberdade religiosa “Uma afronta ao art. 5 da constituição que diz respeito a liberdade religiosa” (Pastor Sillas M.). Onde eles defendem determinados conceitos religiosos, tais como, “Deus fez a mulher para o homem” (gênesis 2). “O melhor é que o homem tenha a sua esposa” (1 coríntios 7,1-16). “Nenhum homem deverá ter relações com outro homem; Deus detesta isso.” (levítico 18,22).
A colaboração de Freud foi mostrar na sexualidade as relações e as atitudes que antigamente passavam por relações e atitudes de consciência e não somente explicar o homem em sua infra-estrutura sexual; e a significação da psicanálise não se encontra tanto em repetir a psicologia biológica, mas em descobrir, nas funções que se tinha acreditado como “puramente corporais”, um movimento dialético e reintegrar a sexualidade no ser humano. Segundo W. Steckel, a frigidez quase nunca está ligada a condições fisiológicas e anatômicas, mas que ela traduz a maior parte das vezes, a recusa ao orgasmo, à condição feminina ou à condição de ser sexuado, e este, por sua vez, a recusa ao parceiro sexual e ao destino que ele representa. Se a história sexual de um homem dá a chave de sua vida é porque na sexualidade do homem se projeta sua maneira de ser com relação ao mundo, isto é, com relação ao tempo e aos outros homens. (M. Merleu-Ponty, Fenomenologia da percepção, p. 168)
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