O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (4) que os spreads
bancários (diferença entre os juros pagos na captação de recursos e nas
operações de empréstimo) vão diminuir. “Tenho certeza de que os bancos privados
vão baixar os spreads bancários que são muito altos no país e que é uma
anomalia que tem de ser corrigida”. Mantega deu a declaração pouco antes de
palestrar no seminário O Brasil 2020: Rumos da Economia, encontro promovido pela
revista Brasileiros em São Paulo.
Segundo o ministro, os bancos privados terão de reduzir o custo aos tomadores
de empréstimos sob pena de perderem clientes para os bancos públicos que vêm
ampliando o acesso ao crédito com juros cada vez menores. Hoje o Banco do Brasil
(BB) anunciou que o juro cobrado sobre o cheque especial caiu de 8,31% para
3,94% ao mês, a partir do próximo dia 10, para os clientes pessoas físicas com
conta salário que aderirem ao programa Bom pra Todos.
"A concorrência é a melhor solução”, disse o ministro. Para ele, este tipo de
medida do BB cria uma forte concorrência à semelhança do que ocorreu logo após a
crise financeira internacional de 2008, quando os bancos restringiram o acesso
ao crédito e acabaram voltando atrás diante da liberação de linhas no setor
público. Ele classificou ser uma “barbaridade” casos em que um empréstimo chega
a custar até 80% ao ano ou de correntista que pagam 200% ao ano pela utilização
do dinheiro oferecido no cheque especial.
“A Selic a 2% ao ano deveria ser o sonho de todos os brasileiros”, defendeu
Mantega para quem as mudanças anunciadas ontem (3) para a remuneração das
cadernetas de poupança irá destravar a redução dos juros.
De acordo com o ministro com crédito facilitado e juros menores, o mercado
interno irá se fortalecer e criar as condições para um crescimento sustentado da
economia. Mantega manteve a previsão de que o país vai crescer 4,5% neste ano.
De acordo com ele, o impacto positivo das medidas de incentivos para a área
produtiva sobre a economia deve ser sentido em breve.
Fnte: Agência Brasil
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