terça-feira, 23 de agosto de 2011

Crônicas: Rabo de Lagartixa

Numa noite tão solitária, eu vi subindo no muro de minha casa uma lagartixa. Aí pensei sobre o rabo da lagartixa e me questionei, porque o rabo da lagartixa sai dela? Tentei encontrar várias respostas, mas nenhuma delas me convenceu. Pensei nas formas que ela tomara quando estava livre de sua dona. Suas danças diante do predador fascinavam qualquer um,mas ainda me questionei, será que ela tem vontade própria? Ainda não entendera por completo o fenômeno. Recorri-me a biologia, mas nem ela mesma me explicou. Nela dizia que era uma estratégia de sobrevivência da lagartixa. Não há outras formas de sobrevivência, fora esta? Recorri a Bíblia, mas nela dizia, Deus enlouquece o homem com as coisas mais simples deste mundo. Mas eu ainda não entendera o processo. Fiz uma relação com a sociedade. Pensei na Abolição da Escravatura, onde a liberdade passou de comprada para gratuita. Mas isso não me convenceu, já que os negros viviam na dependência de seus antigos senhores. Será possível o rabo livre de seu dono sobreviver sozinho? Questionei-me. Comparei-as às instituições públicas (onde ela existe, mas não funciona) para entender a desordem. Mas novamente não me convenceu. Não agüentava mais. Só tinha uma solução, recorrer à dialética. Aí Aristóteles dizia, "Provável é o que parece aceitável a todos, ou à maioria, ou aos mais conhecidos e ilustres”. Mas não entrara na minha cabeça essa resposta. Perguntei a mamãe, mas ela mandou eu procurar papai, pois não sabia responder, mas ele também não sabia responder. Mas surgiu uma outra pergunta, Se o rabo quer ter vontade própria, porque ela existe na lagartixa? E Porque nos outros animais suas caldas não se soltam? Imaginei o que seria do macaco se sua calda se soltasse. Mas ainda o rabo da lagartixa era o meu tormento. Descobri uma resposta para entender o porquê das pessoas não levar em consideração o rabo da lagartixa. Era algo difícil de entender e colocado como inúltil pelos estudiosos. Mas aí que tá, quanto mais estudamos não conseguimos compreender uma simples resposta da natureza. E quanto mais questionamos mostramos que somos capazes de fugir dessa ignorância.

Eu William S. V., escrevi rabo de lagartixa em alusão àqueles que fogem de sua própria realidade achando que está encontrando o caminho da liberdade, mas na realidade só está aprisionando mais e mais suas vontades, batendo de frente com os mais temidos predadores sociais, onde sua liberdade passa a ser incompreendida pelas diversas ciências.

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