quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Movimento Estudantil USP: Cadê as Pautas?

O movimento estudantil é formado por aqueles insatisfeitos com as injustiças sociais, no caso dos movimentos revolucionários, ou por insatisfeitos em relação ao sistema pedagógico, no caso dos movimentos academicistas. Está se tornando rotina o movimento estudantil não ter mais o que se debater. O acontecimento na USP é um grande exemplo. Pautas de melhoria social foram perdidas no cotidiano por quem está à frente dos movimentos.

Enquanto o DCE-USP antes pedia polícia, agora estão querendo sua retirada. Tudo bem que só a policia hoje não garante a segurança pública. Mas eles estão jogados num “caldeirão” de corrupção política e cabe ao movimento discutir isso em sala de aula. Nosso posicionamento tem que ser o de apoiar a classe oprimida e não opressora. A polícia, como qualquer trabalhador, é oprimida na sociedade. Talvez gritar, “abaixo ao capitalismo e avante o socialismo”, seria mais conveniente. Já que esta mostra a síntese às contradições daquelas.

Já existe uma criminalização ao movimento estudantil, sendo chamado de vagabundo pelos outros e agora é que não vamos mais garantir respeito na sociedade.  Uma atitude “bagunçada de ocupação” foi feita pelo DCE-UPE num fim de semana e com quatro pessoas. Aonde queremos chegar? Precisamos primeiro controlar as emoções e analisar o contexto histórico, como dizia Trotsky, se não passaremos de ultraesquerdistas desenganados a burocratas conservadores, ou seja, passaremos para opressores da sociedade.

Estamos nos afastando do principal rumo do movimento, lutar por interesses da população. Enquanto isso, simplesmente chamamos nossos adversários de “filhos-da-puta”,“rapariga” ou até mesmo trocamos tapas entre si. Isso mostra a falta de objetividade dos movimentos. É típico encontrar alguém levantando a bandeira de “che”  Guevara ou declamando Marx por aí, mas é difícil ver alguém incluída na luta de classes. Aí, eu pergunto, cadê o critério da verdade, ou seja, a prática? Simplesmente encontramos dogmáticos no movimento, onde minha verdade prevalece. Essa atitude foi repetida por Stalin no passado.

Agora chamar os estudantes de antidemocráticos como Alckimin e de autoritários como Fernando Haddad seria desconsiderar todas as dificuldades encontradas por eles naquele campus. Esses são os maiores vilões que representam a minoria da elite e não os policiais. Ora, se os policiais representam a “execução” das leis na prática, e esta é controlada pela elite, por que não fazer movimento para lutar contra essa elitização do sistema de segurança pública? EU APOIO SIM A GREVE DOS ESTUDANTES  DA USP E UMA DEMOCRACIA MAIS DIGNA EXISTENTE ALÉM DO PAPEL.

                     William Silva Vieira

Nenhum comentário:

Postar um comentário