quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Reforma Psiquiátrica: Manicômios Contemporâneos.

Nessa última segunda-feira, tivemos a denúncia do Conselho Federal de Psicologia (CFP) à ONU por maus tratos aos pacientes psiquiátricos. Fora enviados um relatório que contém 76 casos de mortes, maus-tratos ou torturas ocorridos em hospitais públicos e privados e comunidades terapêuticas, entre 2002 e 2010, em todas as regiões do país. Entre os casos, há medicação forçada, negligência, privação de liberdade e abandono, segundo alguns pacientes. Essa situação já foi denunciada à nossas autoridades, mas como não houve nenhuma resposta, o CFP optou por entregar essa documentação à direção da ONU. A maioria dessas instituições é ligada às igrejas. Após 10 anos da Reforma Psiquiátrica, o Brasil ainda vive uma política contemporânea de assistencialismo psiquiátrico.

De 1848 até o início do século XX instrumentos como camisas-de-força e quartos-fortes ou "prisões-alcochoadas", choques elétricos, operações no cérebro, e outras verdadeiras torturas eram utilizados para controlar os pacientes, no que se dizia ser a psiquiatria dita científica, principalmente os mais agressivos. Philippe Pinel introduziu a medicalização como processo de acalmar os pacientes, o vinho misturado a bebidas destiladas (a bebida destilada para acalmar e o vinho para diminuir o efeito daquela no organismo). Já William Tuke, introduziu o método terapêutico pela conversa, troca de informações e experiências existenciais, o mesmo que os padres faziam no confessionário.

Devemos chamar a atenção para o conceito de normalidade, vigente hoje na sociedade. Criar uma idéia de normalidade pode ser desaconselhável quando alguns não concordam. Ex, "rasgar dinheiro" é atitude de doido, "cuspir no chão" é atitude de sujo. Mas se considerarmos que cada um desses pudesse ser colocado em contextos diferentes, anormalidade aqui não se aplicaria, p ex, se quem rasgasse dinheiro fosse um rico e quem cuspisse no chão fosse um pobre, diríamos aqui que a assimilação da cultura explicaria tais atitudes. Segundo Marx, as idéias e as culturas da classe dominante são impostas na classe submetida, as regras sociais que num Estado soberano é regulamentada por lei, fazem parte dessa convicção marxista.  Por isso para se criar uma idéia de normalidade é preciso ter um padrão racional de forma que respeite o pluralismo social.

O link da reforma psiquiátrica encontra-se logo abaixo:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf

                                             William silva vieira, 8º período, FCM-UPE.

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